Katastrophe & apocalypse: a segunda edição do Bode Doido Fuzz vem aí. Saiba tudo na entrevista com o idealizador do mini festival.
foto: Jo Santos Bellissimo
Quem tá nesse rolé do indie br sabe que a galera aqui dentro acaba tendo que se desdobrar no multitasking pra fazer a coisa andar. Exemplo disso é o músico cearense Wallacy Williams que desde março tem assumido também o papel de produtor cultural, booker, roadie e sei lá mais o quê pra promover o Bode Doido Fuzz, mini festival que amanhã chega em sua 2ª edição no Presidenta Bar na Augusta e contará com discoteca das Cavaleiras do Apocalipse (Liuu, Debbie Hell, Alline Resende e Honey Pye yo!) e shows de Espectro Rudimentar, Leza e Wallacy Williams & Os Katastrophes.
o céu é o limite para os sons da festa de amanhã:
Mas não vá pensando que o Bode Doido é só doidera, pois a ocasião também celebrará um lançamento super sensível e delicado: inspirada por uma poesia da artista Sika Fernandes, ‘Escapismo’ foi gravada pelo próprio Wall na Caverna do Dragão e no Estúdio Pirata 63 e oferece uma vibe mais lisérgica e etérea do que seus trabalhos anteriores, marcando uma nova fase que promete disco para breve.
ouça Escapismo:
Aproveitando o rolé conversei com o Wall sobre essa nova fase musical, escapismos diários, o que esperar do show no Bode Doido Fuzz (já adianto que a resposta envolve um circo alemão e hologramas incríveis) e ainda: katastrophe ou apocalypse? Descubra tudo aqui:
Wall, seu single mais recente, ‘Escapismo’, é uma alegoria bem literal daquele sentimento de fuga e dissociação da realidade. Pra você, como ele se relaciona com nossos tempos atuais?
Bom… Essa faixa fiz na rua inspirado na poesia que ganhei da artista Sika Fernandes “OS CORAÇÕES DOURADOS DA SELVA NÃO NASCERAM AQUI” eu gosto muito de ouvir essa música quando acordo, tomo meu café… e às vezes não tem café e você tem que ir… e enfrento a dura realidade da sobrevivência. Como de qualquer trabalhador brasileiro.
É tanta coisa acontecendo… que não se trata apenas de serenidade, sabe… o mundo neste momento tá tão frustrante e violento demais em tantas percepções diferentes que a maioria de nós está achando difícil de viver o choque do presente. Onde o ego e a competição espiritual, Bolsonaro e sua inhaca do momento parecem ser tudo. E não estou aberto pra isso. Amigo, não tá fácil pra ninguém! Foda-se Bolsonaro e sua inhaca!!! Esses dias ouvi uma música muito foda da banda Escambau – Revoluções Diárias (Segue a Tua Alegria) ouça aí fumando maconha e com muito amor sempre.
A atmosfera mais lisérgica e etérea desse som está bem distante da pegada blues rock dos seus trabalhos anteriores e mesmo do pós-punk dos Quasydarks. O que você citaria como suas referências sonoras no momento?
Eu sempre amei ouvir e fazer música, faço música o tempo todo, e também não me prendo a nada… amo umas garageiras, psych rock e vou como uma tela em branco no meio do caminho, errando e acertando. É divertido, hahahahahaha bom… tô ouvindo The Mothers of Invention neste exato momento.
E podemos esperar um disco com essa vibe vindo aí?
Sim.
Na sexta-feira rola a segunda edição do Bode Doido Fuzz, nos conte como surgiu o projeto?
A primeira edição foi muita foda, e teve um monte de banda massa que tá na correria, como tantas outras. Naissius, Gran Tormenta, Sky Down e Thee Dirty Rats, você e Alline, que inclusive estarão com As Cavaleiras do Apocalypse na edição II… Um dia conversando com Naissius em uma festa em São Paulo. E queríamos fazer uma apresentação juntos. E eu disse: faz você! Ele disse: não! Você primeiro! Tá bom então, bora! Daí a Camila (A presidenta) nos deu uma data e o bode doido fuzz endoideceu no meio do caminho… a segunda edição tem Espectro Rudimentar, Leza, Wallacy Williams e Os Katastrophes.
O que esperar do show do Wallacy Williams e os Katastrophes?
Um circo alemão está usando hologramas incríveis em vez de animais.
Pra fechar: katastrophe ou apocalipse?
As Cavaleiras do Apocalypse.
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SERVIÇO:
PRESIDENTA – Rua Augusta, 335
7 de Junho
23H
$10