1968 foi o ano em que a vibe peace & love construída no decorrer da década de 60 passou a dar sinais de desgaste. Com um verão que trouxe mais sutiãs (figuradamente) queimados do que flores, o ano foi marcado por protestos, revoluções, assassinatos e guerra.
Musicalmente, porém, 68 foi tão produtivo quanto seu antecessor – o que ficará bem claro no passeio 1968 EM 50 DISCOS que hoje está tropical:
Álbum: ‘Gilberto Gil’
Artista: Gilberto Gil
Gravadora: Philips Records
País: Brasil
Lançamento: Maio de 1968
por Joyce Guillarducci
O segundo trabalho solo do soteropolitano Gilberto Gil é mais um dos álbuns expoentes da tropicália, que estava em seu ápice em 68. Assim como diversos outros representantes do movimento, esse disco traz arranjos do maestro Rogério Duprat nas 10 composições da versão original que incluem parcerias de Gil com Torquato Neto, Bruno Ferreira e Juan Arcon.
Indo de temas folclóricos à políticos, ‘Gilberto Gil’ é um disco bonito, vanguardista, e que ainda conta com participação da banda de apoio queridinha do momento. Os Mutantes vêm abrilhantar algumas faixas favoritas, como a roupagem mais moderna de ‘Procissão’ que no ano anterior vinha embalada pelas raízes nordestinas que fechavam o disco de estreia de Gil; e o mix baião-orquestra-rock’n’roll da extraordinária ‘Domingo no Parque’.
Teve versão de ‘Domingo no Parque’ na coletânea O Verão do Amor:
Considerado por muitos o melhor disco de Gil até hoje, o “rock maluco” do “Frevo Rasgado”, como também é conhecido, vale ser revisitado em seu aniversário de 50 anos: