1968 foi o ano em que a vibe peace & love construída no decorrer da década de 60 passou a dar sinais de desgaste. Com um verão que trouxe mais sutiãs (figuradamente) queimados do que flores, o ano foi marcado por protestos, revoluções, assassinatos e guerra.
Musicalmente, porém, 68 foi tão produtivo quanto seu antecessor – o que ficará bem claro no passeio 1968 EM 50 DISCOS que hoje recebe a estreia da Fleetwood Mac:
Álbum: ‘Fleetwood Mac’
Artista: Fleetwood Mac
Gravadora: Blue Horizon
País: Inglaterra
Lançamento: 24 de Fevereiro de 1968
por Joyce Guillarducci
O auto-intitulado disco de estreia dos londrinos da Fleetwood Mac, nomeada pela junção dos sobrenomes do baterista Mick Fleetwood e do baixista John McVie – coincidentemente os 2 únicos integrantes que nunca deixaram a banda desde sua formação em 1967 (exceto pelo hiato de 1995-96), é mais uma jóia da explosão blues rock da década de 60. A versão original contém 12 faixas que incluem covers de Robert Johnson e afins, além de composições de Peter Green e Jeremy Spencer, que também dividem as guitarras e vocais por todo o disco.
Hora mais rocker, como em ‘Shake Your Moneymaker’ originalmente de Elmore James (e que me desagrada por seu conteúdo sexista); hora mais sensível, como na minha favorita ‘Looking For Somebody’ de Green, Fleetwood Mac, na época também conhecido como “Peter Green’s Fleetwood Mac” foi sucesso instântaneo, chegando a alcançar a 4ª posição nas paradas inglesas e consagrando a banda como eterna queridinha – mesmo com as posteriores mudanças de line e até quando sua música transitou para aquele soft rock de ‘Rumours’ que a gente também ama. Mas aqui eles conseguiram carregar a aura bluesy do Mississipi para a já super cosmopolita Londres. Vale o play com um copinho de uísque na mão.