1968 foi o ano em que a vibe peace & love construída no decorrer da década de 60 passou a dar sinais de desgaste. Com um verão que trouxe mais sutiãs (figuradamente) queimados do que flores, o ano foi marcado por protestos, revoluções, assassinatos e guerra.
Musicalmente, porém, 68 foi tão produtivo quanto seu antecessor – o que ficará bem claro no passeio 1968 EM 50 DISCOS que hoje tá nervosa sobre duas rodas com esses carinhas aí.
Álbum: ‘Steppenwolf’
Artista: Steppenwolf
Gravadora: ABC Records
País: Canadá
Lançamento: 29 de Janeiro de 1968
por Joyce Guillarducci
Se algum dia eu decidisse pilotar uma motocicleta (pouco provável, nunca impossível), definitivamente elegeria ‘Born To Be Wild’ como trilha sonora da minha primeira corrida – e acredito que os fãs do filme ‘Easy Rider’ estariam comigo nessa.
Mais do que esse hino sobre duas rodas, o auto-intitulado álbum de estreia da banda canadense, cujo nome saiu do romance alemão “Der Steppenwolf” (por aqui “O Lobo da Estepe”) escrito por Hermann Hesse, traz diversas outras joias. Indo além sem se limitar ao que hoje chamamos de heavy metal – aliás, a primeira vez que o termo “heavy metal” foi usado na letra de uma música foi na supra citada ‘Born To Be Wild’ (“I like smoke and lightning/Heavy metal thunder/Racin’ with the wind/And the feelin’ that I’m under.”), o disco se aventura bem acertadamente por várias esquinas erradas.
Dos covers atrevidos, como a bluesera à la Willie Dixon de “Hoochie Coochie Man” e a faixa de abertura “Sookie, Sookie”, original de Don Covay, que chegou a tocar em rádios soul na época, até descobrirem que todos os integrantes da banda eram brancos, até o hard rock e puro rock’n roll das autorais de onde destado “The Ostrich” e “Berry Rides Again” – a última sendo uma homenagem a Chuck Berry (amo amo amo), as 11 faixas oferecem muitas outras surpresinhas, mas vamos deixar que cada um percorra essas léguas por si né. Então bota o capacete e vai lá: