O ano de 1967 foi um dos mais significativos para a música mundial. A ascensão hippie, the summer of love e a consagração da psicodelia foram pontos cruciais no curso da história do rock’n roll, da música pop, country, folk, soul e do acid rock. E como eu amo os anos 60, não poderia deixar de prestigiar o meio século desse ano tão importante. Para isso, criei a coluna 1967 EM 50 DISCOS, onde semanalmente comentaremos álbuns lançados nesse ano.
O disco de hoje é o grande representante da minha fase favorita do Pink Floyd, segura aí:
Álbum: ‘The Piper at the Gates of Dawn’
Gravadora: EMI Studios
Artista: Pink Floyd
Lançamento: 5 de Agosto de 1967
por Joyce Guillarducci
Que a década de 60 foi palco da ascensão de diversos gênios da música não é novidade pra ninguém. Poucos deles, porém, tiveram uma queda tão vertiginosa quanto Syd Barrett.
Principal força criativa dos anos áureos (para mim) do Pink Floyd, Barrett foi o responsável pela composição de 8 faixas e co-escreveu mais 2 das 11 canções que compõem essa viagem psicodélica que é o debut album da banda. Aliás, a viagem já começa pelo nome do disco: The Piper at the Gates of Dawn é o título do sétimo capítulo de “O Vento nos Salgueiros” (1908), um livro infantil muito querido por Syd Barrett, que conta as aventuras de um rato, uma toupeira, um texugo e um sapo. Junte essa referência com algumas (muitas) doses de LSD e temos narrativas que incluem gatos, unicórnios, gnomos, viagens espaciais e sei lá mais o quê.
Pois então, esse lance de viagem espacial inclusive fez com que as faixas “Astronomy Domine” e “Interstellar Overdrive” fossem catalogadas como umas das primeiras manifestações do que mais tarde seria chamado de space rock. O pioneirismo e doidera desse disco não para por aí: do tom infantil de “Flaming” às guitarras flamejantes de “Interstellar Overdrive” e excentricidade de “Pow R. Toc H.”, tudo nos convida à expandiar a mente e entrar na admirável (porém lunática) psique de Barrett.
É triste pensar que toda essa genialidade lhe custaria a sanidade, e que salvo uma ou outra faixa nos discos sucessores, essa seria a precoce última contribuição de Syd Barret para a banda. Talvez também mais um motivo para relembrar e louvá-lo. Viva Syd Barret!