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Na Película

Aquarela do «Brazil» (versão em português)

escrito porPavel Kryukov 6 de janeiro de 2016
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Brasil!… Brasil!… Prá mim!… Prá mim!…

O Natal católico passou, e nele fazemos pedidos, temos esperanças e sonhos para o Novo Ano. É sempre estranho para mim pensar que a palavra “sonho” tem dois significados em outros idiomas: um para sonhos noturnos e um para devaneios. No entanto, este trocadilho é a chave para entender o satírico filme distópico de Terry Gilliam. Duas coisas me conectam com o tempo e espaço deste texto: o filme se passa no Natal “em algum lugar do século XX”, e o nome dele é “Brazil”.

Em 1984, Gilliam era mais conhecido como o autor da absurda animação “Monty Python’s Flying Circus” e, mais tarde, como diretor e produtor dos longa-metragem Monty Python. O projeto de sua nova filmagem era bem ambicioso, sendo chamado de “1984½” – uma mistura de “1984” de Orwell com “8½” de Fellini, duas obras primas que retratam problemas da sociedade do século XX.

O plot, no entanto, é mais Kafkiano do que Orwelliano. Devido à uma pane em seu sistema, a máquina burocrática prende um homem inocente ao invés do terrorista Archibald Tuttle (Robert de Niro) bem na véspera de Natal. Uma garota da vizinhança chamada Jill (Kim Greist) percebe que a execução foi um erro, mas o assustador Ministro da Informação não lhe dá ouvidos. Ao mesmo tempo, Sam Lawry (Jonathan Pryce) vive em duas realidades: durante o dia é um empregado sem ambição, mas em seus sonhos ele é Ícaro. Quando conhece Jill, ele percebe que ela é a garota com quem ele sonhava em seus devaneios, mas sua estória de amor é incompatível com o mundo burocrático com infinitos dutos de ar em que eles vivem.

Sim, os dutos são as partes mais marcantes do cenário: o filme começa com uma propaganda dos dutos, e então eles podem ser vistos em quase todas as cenas. A decoração e figurinos são loucos para os mundos “distópico” e “utópico”: se você já viu algum outro trabalho de Gilliam, você sabe que ele tem uma imaginação extraordinária.

No entanto, filmes ficam impossíveis sem uma trilha sonora. Gilliam teve a ideia para a música quando assistia ao pôr-do-sol numa parte industrial do País de Gales e de repente seu rádio tocou “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso. O som romântico da música sul-americana era tão destonante da poeira de carvão e contêineres, que ele imediatamente decidiu não só utilizar a melodia em “1984½”, mas também renomear o projeto inteiro para “Brazil”. Por uma misteriosa coincidência, “Brasil” ou “Hy-Brasil” é o nome de uma utópica ilha na mitologia irlandesa, lugar de refúgio para os abençoados.

Para completar a música do filme, Terry Gilliam contratou Michael Kamen – conhecido como o condutor que tocou com Roger Waters, Eric Clapton e Metallica. Como resultado, Gilliam e Kamen criaram uma das trilhas mais fascinantes da história do cinema: eles decidiram usar apenas a melodia de Barroso em diferentes arranjos. A música adaptou-se perfeitamente para escritórios lotados, sonhos fantasioso de Sam Lawry, paisagens futuristas, momentos românticos e tensos.

Por exemplo, misturada ao som das máquinas de escrever, adapta-se perfeitamente à loucura do escritório:

O tom romântico fica comovente e heroico nos sonhos de Lawry:

Kate Bush também gravou uma versão da música para o filme, mas sua voz não aparece nele:

Para os créditos finais, algo mais sul-americano é usado, com maracas e apitos:

Definitivamente vale a pena assistir e ouvir Brazil – espero que façam isso logo nesse início de ano pois o filme contém diversas referências à celebração do Natal. A trilha sonora foi lançada em LP e CD, e também pode ser obtida no iTunes junto com uma faixa bônus contendo uma entrevista de Terry Gilliam sobre a criação da mesma.

Desejo à todos um Feliz Ano Novo!

Original em Inglês escrito por Pavel Kryukov

Tradução para o Português por Joyce Guillarducci

Aquarela do «Brazil» (versão em português) was last modified: janeiro 25th, 2016 by Pavel Kryukov
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Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

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