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Grisa

escrito porJoyce Guillarducci 23 de março de 2021
Selva-de-Pedra-scaled_opt (1)

Multi-instrumentista paulista lança single em NFT de cripto arte. Saiba mais sobre a tendência dos colecionáveis digitais.

Uma engenheira canta em um microfone, a curiosidade e o olhar analítico inerentes de sua formação querem entender como aquilo funciona, como todos os transistores, capacitores e afins dentro daquele device amplificam sua voz e como as ondas sonoras se propagam pelo ambiente. A engenheira-cantora decide então estudar o comportamento do som, e esse é um resuminho da história da Grisa, pseudônimo da engenheira acústica, multi-instrumentista e luthier eletrônica Giovana Ribeiro Santos.

Dona de um currículo acadêmico admirável e de uma voz encantadoramente aveludada, a Grisa vem desde 2019 embalando suas divagações sobre a celeridade do mundo e outras coisas em melodias delicadas e minimalistas com uma série de singles que prometem desaguar ainda esse semestre no EP ‘Caos // Mar Aberto’, trazendo 4 faixas que exploram a calmaria e o caos, cada dimensão sonora correspondendo a uma das fases do oceano.

ouça Grisa:

Enquanto o EP tá em produção a Grisa resolveu fazer um movimento bem inovador e até onde eu sei inédito na cena indie br, lançando uma versão exclusiva da faixa ‘Incerteza II’, produzida por ela e masterizada por Vitor Brauer, em forma de NFT na plataforma de cripto arte hic et nunc. Ficaram perdidones? Peraí que a gente explica: NFT é a sigla para Non-Fungible Tokens, ou Tokens Não-Fungíveis, o conceito que permite que cada item de cripto arte ou colecionável digital seja único e original, sendo atrelado à uma chave única (token) e podendo ter sua legitimidade verificada. Desta forma, o mercado da arte digital ganhou novos domínios, onde a partir de agora a música também terá um espaço cada vez maior.

Foram disponibilizadas 122 edições do NFT de ‘Incerteza ll’, que podem ser adquiridos na plataforma através de tezos (XTZ). A Grisa escolheu a hic et nunc pelo fato de ser uma plataforma brasileira e realizar as transações em tezos, que é uma moeda “assada” e não minerada, muito mais sustentável se comparada à outras criptomoedas – já existe inclusive uma discussão sobre o fato de alguns NFTs deixarem uma pegada de carbono ainda mais significativa do que peças físicas por conta do processamento necessário para mineração de moedas como o Bitcoin e o Ethereum.

Aproveitando todas essas novidades conversei com a Grisa sobre sua trajetória unindo música e engenharia, referências sonoras, o lance dos NFTs e seu trabalho de “Luteria Selvagem” (eu amei esse conceito e os instrumentos). Mais pra frente também falei sobre as plataformas de cripto arte que tão chegando na cena br e como foi minha experiência de aquisição de NFT com um passo a passo pra quem quiser se aventurar, chega mais que o futuro é aqui e agora:

grisa (1)

Grisa, começando pelo começo, sua formação de base vem da Engenharia Mecânica mas entendo que a paixão/aptidão pela música te levou para os caminhos da Engenharia Acústica e pesquisa de comportamento e propagação do som. Conta um pouco sobre essa trajetória e como você descobriu que poderia unir esses dois universos.

Eu comecei bem cedo na música, com 3 anos de idade eu fazia aula de musicalização infantil e comecei a tocar flauta doce. Depois eu comecei a estudar clarinete num projeto de Big Band da minha cidade, onde mais tarde também toquei saxofone barítono, a gente tocava desde marchinhas de carnaval, até clássicos de jazz, bossa nova, chorinhos e muita mpb. Desde pequenininha meu sonho era tocar guitarra e ter uma banda, eu lembro que eu e minhas amigas deveríamos ter uns 8 anos quando, brincando, montamos uma banda chamada Ice Rock Girls – a gente até criou um QG num quartinho da casa da minha vó hahaha. Quando eu tinha 15 anos participei da minha primeira banda, de heavy/thrash metal, como vocalista. É engraçado que eu decidi que queria fazer Engenharia Mecânica e não seguir com música e minha mãe me dizia: “mas por que você não faz música ao invés de mecânica?” – o oposto do que a maioria dos pais normalmente diria hahaha. Aos 17 eu passei na Unicamp e me mudei para Campinas. Eu até cheguei a pensar em deixar a música beeeem em segundo plano e focar na minha formação, maaaas a música foi sempre muito mais forte e acabava sempre invadindo o primeiro plano. Tocava clarinete na Big Band do Instituto de Artes e cantava numa banda cover de Black Sabbath e Led Zeppelin. Também cantava Blues. E finalmente, o intercâmbio na França, que foi a oportunidade mais perfeita que poderia aparecer na minha vida, porque ali, como você disse, eu pude finalmente unir estes dois universos: a engenharia com a música. Direcionei meus estudos para a acústica musical, fui pesquisadora da Universidade de Edimburgo (na Escócia) estudando sobre instrumentos de sopro (em particular trompetes, trombones e outros metais). E trabalhei na Philharmonie de Paris, em uma pesquisa envolvendo instrumentos de cordas do patrimônio francês no Museu da Música de Paris. Ao mesmo tempo, continuava cantando jazz e bossa nova, fazendo parte de bandas de rock psicodélico, stoner rock e shoegaze com meus amigos e mergulhei de vez na construção de instrumentos musicais – aplicando coisas que vi na engenharia + muita gambiarra e improvisação.

Se fôssemos classificar sua música em gêneros, diria que ela se envereda pros lados da chanson, talvez até influenciada por sua vivência na França, e uma MPB minimalista. Queria saber o seu olhar sobre isso e também quais suas principais referências sonoras.

É muito difícil falar sobre minhas referências… tem tanta coisa… talvez este minimalismo tenha uma leve herança do John Cage e do Philip Glass. Talvez ao ter conhecido e me apaixonado pelas obras deles, eu me senti de certa forma “autorizada” a explorar este minimalismo sem ter medo. Sobre a chanson francesa, eu amo a maneira como muitos compositores conseguem explorar a temática do amor + romance de forma totalmente sincera. Como se ao escutar uma música, pudéssemos sentir exatamente os mesmos sentimentos que o compositor vivenciou no momento em que ele escreveu aquela obra. São músicas transparentes, muitas vezes bem simples, com uma poética transbordando romantismo… típico dos franceses hahah. Eu também amo a maneira com que eles brincam com imagens e metáforas, mas sempre carregando algo super intenso no fundo. Acredito que isso tudo também me inspirou a não ter medo de assumir o que eu sentia e escrevia. De referências brasileiras, é claro que eu preciso citar João Gilberto antes de tudo. Eu me lembro da primeira vez que eu escutei a música “Coisa mais linda”, eu era criança e fiquei paralisada com aquelas palavras que criavam imagens tão lindas na minha mente e ao mesmo tempo revelava uma melancolia que me fazia imaginar toda uma história. Eu fui muito influenciada igualmente pelo movimento Geração Perdida de Minas Gerais desde que conheci, em 2016, o álbum “Tudo em Vão” do Fabio de Carvalho – as letras cortantes e tudo tão sincero. Sou fascinada por suas músicas, pela maneira com que as frases se desencadeiam e pela coragem dele de assumir o que escreveu ali, opiniões e coisas bem pessoais… e isso acontece com muitos outros artistas da Geração Perdida que também admiro.

No final de 2020 você lançou o single ‘Selva de Pedra’ que veio acompanhado de um videoclipe de uma beleza muito simples e delicada e uma das sonorizações mais orgânicas que já ouvi. Fala um pouco sobre a concepção deste trabalho.

Eu compus ‘Selva de Pedra’ na madrugada do dia 7 de junho. Eu sempre escrevo muito, é como se as frases viessem até mim e se desenrolassem sozinhas enquanto eu as escrevo no papel. O que me queima por dentro, aquilo que observo ao meu redor, as imagens que se criam em minha mente… eu escrevo e em algum momento acabo pegando o violão. Sobre os acordes que me vêm à mente, é como se eles reverberassem aquilo que está me queimando por dentro. Eu ligo o gravador do celular, toco esses acordes e canto a melodia que eu sinto. Nos três singles que lancei (Escarlate, Selva de Pedra e Incerteza ll), essa primeira melodia da primeira gravação, é a melodia que ficou pra sempre. Depois que compus Selva de Pedra, ela acabou ficando meio abandonada no plano das ideias até novembro, quando a Céu fez uma publicação incentivando as pessoas que estavam compondo em casa a enviar algum vídeo pra ela, porque ela poderia passar esses vídeos no programa Conexão Lab – do Lab Fantasma TV. Eu falei com dois amigos meus que toparam me ajudar a realizar o videoclipe e saímos pra gravar na manhã seguinte. Fizemos tudo em um dia pra poder enviar o vídeo pra Céu a tempo, foi uma correria hahahah mas foi lindo! Avistamos o lugar onde o vídeo foi gravado enquanto estávamos no carro indo para outro lugar; tivemos certeza de que aquele era o lugar perfeito e paramos para gravar. Esse lugar trazia uma atmosfera contemplativa que contrastava perfeitamente com a fúria urbana. Um blog escreveu que “Selva de Pedra enfatiza o desejo de que a “celeridade do mundo” volte para que possamos novamente nos incendiar no caos do mundo real”. E é exatamente isso! Eu amo o caos, sinto falta de tudo acontecendo ao mesmo tempo… Eu queria que o vídeo fosse o mais simples e puro possível, fizemos alguns takes de imagem para pegarmos planos diferentes e apenas um take de som. Um único take de som porque eu acredito muito no valor do “hic et nunc” (“aqui e agora” em latim), único e verdadeiro.

veja Selva de Pedra:

E agora você está lançando a faixa ‘Incerteza II’ de uma forma inovadora e diria que inédita na cena indie brasileira, que é através da plataforma de cripto arte hic et nunc onde é possível adquirir uma edição de NFT da música pagando em criptomoedas (tezos). Explica mais sobre todo esse rolé, como você conheceu a plataforma e tudo mais?

Eu me interesso muito por cripto arte, desde a primeira vez que um amigo meu me falou sobre o assunto eu não parei de pesquisar sobre. O princípio dos NFTs pode ser aplicado à música de inúmeras formas, não só no que diz respeito a lançamentos (como eu fiz), mas por exemplo na venda de ingressos, ou de porcentagens dos direitos autorais de uma determinada obra. Na minha visão isso é algo que vai se desenvolver muito no futuro próximo e que poderá revolucionar determinados aspectos da indústria fonográfica. A plataforma hic et nunc é brasileira, e é a primeira plataforma de cripto arte do mundo a utilizar tezos. Eu escolhi fazer o lançamento do meu single na hic et nunc por conta disso, os tezos sendo a criptomoeda mais sustentável (se comparados ao Bitcoin e ao Ethereum). Este foi o primeiro lançamento de uma música independente brasileira da história a ser feito em uma plataforma de cripto arte (genuinamente brasileira e em tezos!). O single ‘Incerteza ll’ é uma versão inédita da segunda faixa do meu EP ‘Caos // Mar Aberto’, que será lançado em maio. Ele foi idealizado, gravado e produzido por mim em meu quarto e masterizado por Vitor Brauer – compositor, produtor, membro das bandas Desgraça, Ginge, Lupe de Lupe e Xóõ, e um dos criadores do movimento Geração Perdida de Minas Gerais. Em breve será o lançamento da versão ‘Incerteza l’ da faixa e do EP ‘Caos // Mar Aberto’ nas plataformas digitais convencionais (Spotify, Deezer, ITunes, etc.).

O single ‘Incerteza ll’ pode ser acessado na plataforma hic et nunc através do link: https://www.hicetnunc.xyz/objkt/6597

Pra fechar, ouvi dizer que em seu trabalho de luthieria você constrói alguns instrumentos não convencionais. Poderia falar/mostrar alguns deles?

Claro! O primeiro instrumento que eu construí foi uma guitarra cigar-box. Meu objetivo era construir esta guitarra, super clássica no universo do Blues, sem gastar um único centavo de euro (nesta época eu estava na França). E eu consegui! Todas as peças foram reaproveitadas ou doadas – guitarra completamente grátis! hahaha

guitarra cigar box

guitarra cigar box

Estudei um pouco de luteria tradicional e construí um instrumento chamado saltério, uma cítara medieval. Durante meu intercâmbio eu fui presidente de uma associação estudantil onde os alunos construíam caixas de som e outros equipamentos ligados à eletroacústica. Nesse contexto, eu organizei diversos ateliers relacionados ao que eu chamo de “Luteria Selvagem” – em que me permito usar qualquer coisa como matéria prima, onde construímos por exemplo flautas transversais a partir de canos de PVC.

saltério (cítara medieval)

saltério (cítara medieval)

Depois disso fui entrando cada vez mais no universo da Luteria Eletrônica e construí um teremim 100% analógico. Esse teremim é muito especial porque eu posso utilizar qualquer objeto metálico como antena, posso pegar por exemplo uma cadeira em metal e criar uma melodia ao aproximar e afastar minhas mãos dela! E o teremim tem um botão de distorção hahah porque pode até não parecer pelas músicas que eu lancei até hoje, mas fuzz é minha vida – e quanto mais sujo o som, maior a felicidade hahahha.

pedal de fuzz

pedal de fuzz

***

NFTs aqui e agora

o original de uma obra de arte é dotado de um hic et nunc, um “aqui e agora” que garante sua autenticidade. O fato de que tenha sido produzido apenas um exemplar, num momento específico, em um lugar e uma circunstância única e por um autor específico, acaba por fazer com que o público atribua ao objeto uma aura -… a única aparição de uma realidade longínqua, por mais próxima que esteja. Inatingível, a obra de arte torna-se objeto de contemplação e sacralização, à maneira dos ícones religiosos.

– Walter Benjamin

Emprestando o nome da expressão existencialista considerada por alguns como a característica que confere autenticidade à uma obra de arte, a plataforma hic et nunc foi desenvolvida por brasileiros e hoje já hospeda mais de 10 mil objetos NFT que vão de GIFs à fonogramas – basicamente qualquer pedaço de arte virtual com no máximo 40MB pode ser “mintado” (upload em linguagem cripto) no site pelo custo de 0,08 tezos (aprox. R$1,92 pela cotação de hoje, independente do número de NFTs que serão geradas). Lá é possível ofertar cópias limitadas e únicas de cada obra, que serão transacionadas através do tezo.

A Grisa ajudou a gente com um passo a passo de como mintar uma NFT na plataforma, e ali embaixo também tem um video tutorial que saiu HOJE – mais sync que isso impossível:

  1. a primeira coisa a se fazer é criar uma carteira de tezos (que pode ser por exemplo a Temple Wallet) – ela guardará todos os tezos e NFTs que forem adquiridos;
  2. para mintar uma mídia na hic et nunc, é necessário antes de tudo sincroniza-la com a Temple Wallet (no canto superior direito clicar em “sync” e autorizar essa operação na carteira). Após sincronizar a carteira, é possível visualizar os NFTs mintados em “manage assets” no canto superior direito da tela;
  3. para mintar uma mídia é necessário clicar em “objekts (mint NFTs)”;
  4. adicionar um título, descrição, uma ou mais tags relacionadas ao tema da obra, especificar a quantidade de NFTs e fazer o upload do arquivo (até 40MB). O custo para mintar qualquer arquivo é 0,08 tezos – independente da quantidade de NFTs gerados;
  5. finalizando esta etapa os NFTs vão todos pra Temple Wallet e é possível visualizá-los à partir da extensão da Temple Wallet no navegador. Também é possível enviar esses NFTs como presente para alguém 🤗
  6. depois é necessário sincronizar a carteira com a plataforma novamente, e então é possível acessar o NFT que você acabou de mintar clicando em “manage assets” e determinar o preço e quantidade de NFTs clicando em “swap”;
  7. e é isso! Os NFTs mintados aparecem no feed da hic et nunc e você também pode copiar o link da página para divulgar a venda no seu NFT em outras redes sociais.

Celebrating more than 10K minted objects on @hicetnunc2000 with three video tutorials on how to get started creating #NFTs on the platform🤍
Thanks to @presstube for the video tutorials👇🤖

1/ Set up a @tezos wallet with @TempleWallet and apply for some tez w/ @tezosnftfaucet pic.twitter.com/64zGXQCTEQ

— verticalcryptoart (@verticalcrypto) March 23, 2021

O primeiro stockmarket em NFT de música brasileira

Já estão rolando os preparativos para o lançamento da também brasileira Phonogram.me, cuja versão BETA deve sair nos próximos meses. A startup oferecerá um serviço inédito de NFTs para música brasileira, convidando o público a investir em seu artista favorito de diversas formas, possibilitando a compra de parte dos royalties como “ações”, assim como ocorre em uma bolsa de valores, e conectando músicos, colecionadores e investidores, por meio de um catálogo poderoso e aprofundado das mais variadas vertentes musicais. A plataforma permitirá ao usuário escolher como quer receber a sua cota, seja em criptomoedas ou em reais, trazendo assim versatilidade e se adaptando aos interesses individuais de cada cliente. O lançamento do novo serviço é apresentado pelo músico e embaixador do projeto André Abujamra, que recentemente sonorizou uma arte digital do cripto artista Uno de Oliveira, leiloada num marketplace especializado. No vídeo ele explica um pouco do que será a Phonogram.me:

O serviço está sendo criado pelos sócios Lucas Mayer e a designer Janara Lopes.  Além deles, estão associados ao projeto o publicitário e diretor de criação Felipe Cury, o advogado especialista em direito autoral, Filipe Tavares e Guido Malato, dono da Gmalato, empresa brasileira especializada em blockchain.

“Somos pioneiros em trazer esse formato de comercialização de fonograma do Brasil e ficamos muito felizes de participar deste marco de uma nova indústria que se inicia no país”, explica Janara Lopes.

Lucas Mayer que é produtor musical completa: “O Phonogram.me vem para valorizar o âmbito da música gerando monetização a cada player, compartilhamento e reprodução. Por meio desse serviço será possível adquirir os direitos de um fonograma ou comprar parte dele e de vários outros. Além disso, o senso de comunidade dentro da plataforma é muito grande, visto que além de um gerador de renda, é possível tornar-se uma gravadora ou até investir na carreira de um artista”.

***

O primeiro NFT a gente nunca esquece

Tudo nesse universo das criptos parece um pouco futurista e distante mas a tendência dos NFTs já está pegando, seja na oferta de cópias exclusivas ou num cenário de “abrir capital” de uma obra, com um pouco de criatividade e paciência para entender os paranauê virtual as possibilidades são infinitas. Imagino que a galera que não é da geração tiktoker anda um pouco perdida sobre como lidar com criptomoedas porque eu também estava, então vou contar aqui como foi o processo de aquisição do meu primeiro NFT. Lembrando que existem diversos caminhos a seguir e provavelmente se eu não fosse preguiçosa e tivesse pesquisado mais teria descoberto as vantagens e desvantagens de cada um, mas deu certo assim pra mim então vamos lá:

  1. Comprar criptomoedas: como eu queria testar o hic et nunc fui atrás de uma exchange (agência de câmbio) que vendesse tezos (XTZ) e aceitasse um limite baixo de investimento afinal não sou nenhuma Elon Musk né. Encontrei a NovaDAX que é brasileira, aceita depósitos a partir de R$25 e tem chat de suporte técnico em português (precisei usar e foi bem rápido e eficiente mas atenção que só funciona de segunda a sexta). O processo do cadastro e do investimento inicial é bem simples e intuitivo, dá pra pagar por boleto ou transferência bancária e tudo acontece em questão de minutos, uma vez com a carteira cheia no site é só prestar atenção nas siglas de cada moeda – no meu caso foi de BRL para XTZ. A parte complicada vem quando você decide sacar suas criptos pois a) precisa autenticar sua conta e isso envolve baixar um autenticador no celular (o Google Authenticator não funcionou pra mim e tive que usar o Authy); b) fazer uma série de confirmações que envolvem tirar selfie e enviar fotos de documento e comprovante de residência; e c) existe um limite mínimo para saque de cada moeda, o que provavelmente estava explicado nos termos e condições do site que eu aceitei e não li hehe, então depois de todo o rolé de autentication pra sacar meus suados 2 tezos descobri que o limite mínimo dessa moeda era de 4 unidades, assim tive que voltar e aumentar meu investimento e meu cartão que lute. A boa notícia é que o tezo teve uma valorização de 6,11% nos últimos 7 dias e a expectativa é que suba mais (SpaceX here we go!);
  2. Adicionar as criptomoedas à uma carteira virtual: a carteira virtual é a interface para pagamento e recebimento das criptos. Assim como as exchanges, existem diversas carteiras virtuais mas aqui segui a dica da Grisa e usei a Temple Wallet que é dedicada ao ecossistema dos tezos. Ela funciona como uma extensão do Google Chrome então precisa baixar e instalar no PC. Dá pra personalizar nome e avatar, a carteira fica ali no cantinho do navegador e já está pronta para uso;
  3. Transferir as criptomoedas da exchange para a carteira virtual: depois da conta verificada e autenticada lá na NovaDAX essa parte foi moleza, bastou solicitar uma transferência e copiar o código da minha Temple Wallet como destinatário e voilà! meus tezos estavam na minha carteira prontos para serem usados;
  4. Fazer a compra com criptomoedas: no hic et nunc tem um botão “sync” que sincroniza o site com a extensão da Temple Wallet instalada no PC, assim as criptos da carteira ficam disponíveis para serem utilizadas lá. Depois de sincronizada fui até o objeto NFT que queria, cliquei em “colect”, confirmei a transação e pronto, uma edição de cripto arte única e só minha <3

Por enquanto é isso, bem vindos ao futuro!

***

 

 

Grisa was last modified: março 23rd, 2021 by Joyce Guillarducci
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SOBRE

Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

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