Multi-instrumentista paulista lança single em NFT de cripto arte. Saiba mais sobre a tendência dos colecionáveis digitais.
Uma engenheira canta em um microfone, a curiosidade e o olhar analítico inerentes de sua formação querem entender como aquilo funciona, como todos os transistores, capacitores e afins dentro daquele device amplificam sua voz e como as ondas sonoras se propagam pelo ambiente. A engenheira-cantora decide então estudar o comportamento do som, e esse é um resuminho da história da Grisa, pseudônimo da engenheira acústica, multi-instrumentista e luthier eletrônica Giovana Ribeiro Santos.
Dona de um currículo acadêmico admirável e de uma voz encantadoramente aveludada, a Grisa vem desde 2019 embalando suas divagações sobre a celeridade do mundo e outras coisas em melodias delicadas e minimalistas com uma série de singles que prometem desaguar ainda esse semestre no EP ‘Caos // Mar Aberto’, trazendo 4 faixas que exploram a calmaria e o caos, cada dimensão sonora correspondendo a uma das fases do oceano.
ouça Grisa:
Enquanto o EP tá em produção a Grisa resolveu fazer um movimento bem inovador e até onde eu sei inédito na cena indie br, lançando uma versão exclusiva da faixa ‘Incerteza II’, produzida por ela e masterizada por Vitor Brauer, em forma de NFT na plataforma de cripto arte hic et nunc. Ficaram perdidones? Peraí que a gente explica: NFT é a sigla para Non-Fungible Tokens, ou Tokens Não-Fungíveis, o conceito que permite que cada item de cripto arte ou colecionável digital seja único e original, sendo atrelado à uma chave única (token) e podendo ter sua legitimidade verificada. Desta forma, o mercado da arte digital ganhou novos domínios, onde a partir de agora a música também terá um espaço cada vez maior.
Foram disponibilizadas 122 edições do NFT de ‘Incerteza ll’, que podem ser adquiridos na plataforma através de tezos (XTZ). A Grisa escolheu a hic et nunc pelo fato de ser uma plataforma brasileira e realizar as transações em tezos, que é uma moeda “assada” e não minerada, muito mais sustentável se comparada à outras criptomoedas – já existe inclusive uma discussão sobre o fato de alguns NFTs deixarem uma pegada de carbono ainda mais significativa do que peças físicas por conta do processamento necessário para mineração de moedas como o Bitcoin e o Ethereum.
Aproveitando todas essas novidades conversei com a Grisa sobre sua trajetória unindo música e engenharia, referências sonoras, o lance dos NFTs e seu trabalho de “Luteria Selvagem” (eu amei esse conceito e os instrumentos). Mais pra frente também falei sobre as plataformas de cripto arte que tão chegando na cena br e como foi minha experiência de aquisição de NFT com um passo a passo pra quem quiser se aventurar, chega mais que o futuro é aqui e agora:
Grisa, começando pelo começo, sua formação de base vem da Engenharia Mecânica mas entendo que a paixão/aptidão pela música te levou para os caminhos da Engenharia Acústica e pesquisa de comportamento e propagação do som. Conta um pouco sobre essa trajetória e como você descobriu que poderia unir esses dois universos.
Eu comecei bem cedo na música, com 3 anos de idade eu fazia aula de musicalização infantil e comecei a tocar flauta doce. Depois eu comecei a estudar clarinete num projeto de Big Band da minha cidade, onde mais tarde também toquei saxofone barítono, a gente tocava desde marchinhas de carnaval, até clássicos de jazz, bossa nova, chorinhos e muita mpb. Desde pequenininha meu sonho era tocar guitarra e ter uma banda, eu lembro que eu e minhas amigas deveríamos ter uns 8 anos quando, brincando, montamos uma banda chamada Ice Rock Girls – a gente até criou um QG num quartinho da casa da minha vó hahaha. Quando eu tinha 15 anos participei da minha primeira banda, de heavy/thrash metal, como vocalista. É engraçado que eu decidi que queria fazer Engenharia Mecânica e não seguir com música e minha mãe me dizia: “mas por que você não faz música ao invés de mecânica?” – o oposto do que a maioria dos pais normalmente diria hahaha. Aos 17 eu passei na Unicamp e me mudei para Campinas. Eu até cheguei a pensar em deixar a música beeeem em segundo plano e focar na minha formação, maaaas a música foi sempre muito mais forte e acabava sempre invadindo o primeiro plano. Tocava clarinete na Big Band do Instituto de Artes e cantava numa banda cover de Black Sabbath e Led Zeppelin. Também cantava Blues. E finalmente, o intercâmbio na França, que foi a oportunidade mais perfeita que poderia aparecer na minha vida, porque ali, como você disse, eu pude finalmente unir estes dois universos: a engenharia com a música. Direcionei meus estudos para a acústica musical, fui pesquisadora da Universidade de Edimburgo (na Escócia) estudando sobre instrumentos de sopro (em particular trompetes, trombones e outros metais). E trabalhei na Philharmonie de Paris, em uma pesquisa envolvendo instrumentos de cordas do patrimônio francês no Museu da Música de Paris. Ao mesmo tempo, continuava cantando jazz e bossa nova, fazendo parte de bandas de rock psicodélico, stoner rock e shoegaze com meus amigos e mergulhei de vez na construção de instrumentos musicais – aplicando coisas que vi na engenharia + muita gambiarra e improvisação.
Se fôssemos classificar sua música em gêneros, diria que ela se envereda pros lados da chanson, talvez até influenciada por sua vivência na França, e uma MPB minimalista. Queria saber o seu olhar sobre isso e também quais suas principais referências sonoras.
É muito difícil falar sobre minhas referências… tem tanta coisa… talvez este minimalismo tenha uma leve herança do John Cage e do Philip Glass. Talvez ao ter conhecido e me apaixonado pelas obras deles, eu me senti de certa forma “autorizada” a explorar este minimalismo sem ter medo. Sobre a chanson francesa, eu amo a maneira como muitos compositores conseguem explorar a temática do amor + romance de forma totalmente sincera. Como se ao escutar uma música, pudéssemos sentir exatamente os mesmos sentimentos que o compositor vivenciou no momento em que ele escreveu aquela obra. São músicas transparentes, muitas vezes bem simples, com uma poética transbordando romantismo… típico dos franceses hahah. Eu também amo a maneira com que eles brincam com imagens e metáforas, mas sempre carregando algo super intenso no fundo. Acredito que isso tudo também me inspirou a não ter medo de assumir o que eu sentia e escrevia. De referências brasileiras, é claro que eu preciso citar João Gilberto antes de tudo. Eu me lembro da primeira vez que eu escutei a música “Coisa mais linda”, eu era criança e fiquei paralisada com aquelas palavras que criavam imagens tão lindas na minha mente e ao mesmo tempo revelava uma melancolia que me fazia imaginar toda uma história. Eu fui muito influenciada igualmente pelo movimento Geração Perdida de Minas Gerais desde que conheci, em 2016, o álbum “Tudo em Vão” do Fabio de Carvalho – as letras cortantes e tudo tão sincero. Sou fascinada por suas músicas, pela maneira com que as frases se desencadeiam e pela coragem dele de assumir o que escreveu ali, opiniões e coisas bem pessoais… e isso acontece com muitos outros artistas da Geração Perdida que também admiro.
No final de 2020 você lançou o single ‘Selva de Pedra’ que veio acompanhado de um videoclipe de uma beleza muito simples e delicada e uma das sonorizações mais orgânicas que já ouvi. Fala um pouco sobre a concepção deste trabalho.
Eu compus ‘Selva de Pedra’ na madrugada do dia 7 de junho. Eu sempre escrevo muito, é como se as frases viessem até mim e se desenrolassem sozinhas enquanto eu as escrevo no papel. O que me queima por dentro, aquilo que observo ao meu redor, as imagens que se criam em minha mente… eu escrevo e em algum momento acabo pegando o violão. Sobre os acordes que me vêm à mente, é como se eles reverberassem aquilo que está me queimando por dentro. Eu ligo o gravador do celular, toco esses acordes e canto a melodia que eu sinto. Nos três singles que lancei (Escarlate, Selva de Pedra e Incerteza ll), essa primeira melodia da primeira gravação, é a melodia que ficou pra sempre. Depois que compus Selva de Pedra, ela acabou ficando meio abandonada no plano das ideias até novembro, quando a Céu fez uma publicação incentivando as pessoas que estavam compondo em casa a enviar algum vídeo pra ela, porque ela poderia passar esses vídeos no programa Conexão Lab – do Lab Fantasma TV. Eu falei com dois amigos meus que toparam me ajudar a realizar o videoclipe e saímos pra gravar na manhã seguinte. Fizemos tudo em um dia pra poder enviar o vídeo pra Céu a tempo, foi uma correria hahahah mas foi lindo! Avistamos o lugar onde o vídeo foi gravado enquanto estávamos no carro indo para outro lugar; tivemos certeza de que aquele era o lugar perfeito e paramos para gravar. Esse lugar trazia uma atmosfera contemplativa que contrastava perfeitamente com a fúria urbana. Um blog escreveu que “Selva de Pedra enfatiza o desejo de que a “celeridade do mundo” volte para que possamos novamente nos incendiar no caos do mundo real”. E é exatamente isso! Eu amo o caos, sinto falta de tudo acontecendo ao mesmo tempo… Eu queria que o vídeo fosse o mais simples e puro possível, fizemos alguns takes de imagem para pegarmos planos diferentes e apenas um take de som. Um único take de som porque eu acredito muito no valor do “hic et nunc” (“aqui e agora” em latim), único e verdadeiro.
veja Selva de Pedra:
E agora você está lançando a faixa ‘Incerteza II’ de uma forma inovadora e diria que inédita na cena indie brasileira, que é através da plataforma de cripto arte hic et nunc onde é possível adquirir uma edição de NFT da música pagando em criptomoedas (tezos). Explica mais sobre todo esse rolé, como você conheceu a plataforma e tudo mais?
Eu me interesso muito por cripto arte, desde a primeira vez que um amigo meu me falou sobre o assunto eu não parei de pesquisar sobre. O princípio dos NFTs pode ser aplicado à música de inúmeras formas, não só no que diz respeito a lançamentos (como eu fiz), mas por exemplo na venda de ingressos, ou de porcentagens dos direitos autorais de uma determinada obra. Na minha visão isso é algo que vai se desenvolver muito no futuro próximo e que poderá revolucionar determinados aspectos da indústria fonográfica. A plataforma hic et nunc é brasileira, e é a primeira plataforma de cripto arte do mundo a utilizar tezos. Eu escolhi fazer o lançamento do meu single na hic et nunc por conta disso, os tezos sendo a criptomoeda mais sustentável (se comparados ao Bitcoin e ao Ethereum). Este foi o primeiro lançamento de uma música independente brasileira da história a ser feito em uma plataforma de cripto arte (genuinamente brasileira e em tezos!). O single ‘Incerteza ll’ é uma versão inédita da segunda faixa do meu EP ‘Caos // Mar Aberto’, que será lançado em maio. Ele foi idealizado, gravado e produzido por mim em meu quarto e masterizado por Vitor Brauer – compositor, produtor, membro das bandas Desgraça, Ginge, Lupe de Lupe e Xóõ, e um dos criadores do movimento Geração Perdida de Minas Gerais. Em breve será o lançamento da versão ‘Incerteza l’ da faixa e do EP ‘Caos // Mar Aberto’ nas plataformas digitais convencionais (Spotify, Deezer, ITunes, etc.).
O single ‘Incerteza ll’ pode ser acessado na plataforma hic et nunc através do link: https://www.hicetnunc.xyz/objkt/6597
Pra fechar, ouvi dizer que em seu trabalho de luthieria você constrói alguns instrumentos não convencionais. Poderia falar/mostrar alguns deles?
Claro! O primeiro instrumento que eu construí foi uma guitarra cigar-box. Meu objetivo era construir esta guitarra, super clássica no universo do Blues, sem gastar um único centavo de euro (nesta época eu estava na França). E eu consegui! Todas as peças foram reaproveitadas ou doadas – guitarra completamente grátis! hahaha
Estudei um pouco de luteria tradicional e construí um instrumento chamado saltério, uma cítara medieval. Durante meu intercâmbio eu fui presidente de uma associação estudantil onde os alunos construíam caixas de som e outros equipamentos ligados à eletroacústica. Nesse contexto, eu organizei diversos ateliers relacionados ao que eu chamo de “Luteria Selvagem” – em que me permito usar qualquer coisa como matéria prima, onde construímos por exemplo flautas transversais a partir de canos de PVC.
Depois disso fui entrando cada vez mais no universo da Luteria Eletrônica e construí um teremim 100% analógico. Esse teremim é muito especial porque eu posso utilizar qualquer objeto metálico como antena, posso pegar por exemplo uma cadeira em metal e criar uma melodia ao aproximar e afastar minhas mãos dela! E o teremim tem um botão de distorção hahah porque pode até não parecer pelas músicas que eu lancei até hoje, mas fuzz é minha vida – e quanto mais sujo o som, maior a felicidade hahahha.
***
NFTs aqui e agora
o original de uma obra de arte é dotado de um hic et nunc, um “aqui e agora” que garante sua autenticidade. O fato de que tenha sido produzido apenas um exemplar, num momento específico, em um lugar e uma circunstância única e por um autor específico, acaba por fazer com que o público atribua ao objeto uma aura -… a única aparição de uma realidade longínqua, por mais próxima que esteja. Inatingível, a obra de arte torna-se objeto de contemplação e sacralização, à maneira dos ícones religiosos.
– Walter Benjamin
Emprestando o nome da expressão existencialista considerada por alguns como a característica que confere autenticidade à uma obra de arte, a plataforma hic et nunc foi desenvolvida por brasileiros e hoje já hospeda mais de 10 mil objetos NFT que vão de GIFs à fonogramas – basicamente qualquer pedaço de arte virtual com no máximo 40MB pode ser “mintado” (upload em linguagem cripto) no site pelo custo de 0,08 tezos (aprox. R$1,92 pela cotação de hoje, independente do número de NFTs que serão geradas). Lá é possível ofertar cópias limitadas e únicas de cada obra, que serão transacionadas através do tezo.
A Grisa ajudou a gente com um passo a passo de como mintar uma NFT na plataforma, e ali embaixo também tem um video tutorial que saiu HOJE – mais sync que isso impossível:
- a primeira coisa a se fazer é criar uma carteira de tezos (que pode ser por exemplo a Temple Wallet) – ela guardará todos os tezos e NFTs que forem adquiridos;
- para mintar uma mídia na hic et nunc, é necessário antes de tudo sincroniza-la com a Temple Wallet (no canto superior direito clicar em “sync” e autorizar essa operação na carteira). Após sincronizar a carteira, é possível visualizar os NFTs mintados em “manage assets” no canto superior direito da tela;
- para mintar uma mídia é necessário clicar em “objekts (mint NFTs)”;
- adicionar um título, descrição, uma ou mais tags relacionadas ao tema da obra, especificar a quantidade de NFTs e fazer o upload do arquivo (até 40MB). O custo para mintar qualquer arquivo é 0,08 tezos – independente da quantidade de NFTs gerados;
- finalizando esta etapa os NFTs vão todos pra Temple Wallet e é possível visualizá-los à partir da extensão da Temple Wallet no navegador. Também é possível enviar esses NFTs como presente para alguém 🤗
- depois é necessário sincronizar a carteira com a plataforma novamente, e então é possível acessar o NFT que você acabou de mintar clicando em “manage assets” e determinar o preço e quantidade de NFTs clicando em “swap”;
- e é isso! Os NFTs mintados aparecem no feed da hic et nunc e você também pode copiar o link da página para divulgar a venda no seu NFT em outras redes sociais.
Celebrating more than 10K minted objects on @hicetnunc2000 with three video tutorials on how to get started creating #NFTs on the platform🤍
Thanks to @presstube for the video tutorials👇🤖1/ Set up a @tezos wallet with @TempleWallet and apply for some tez w/ @tezosnftfaucet pic.twitter.com/64zGXQCTEQ
— verticalcryptoart (@verticalcrypto) March 23, 2021
O primeiro stockmarket em NFT de música brasileira
Já estão rolando os preparativos para o lançamento da também brasileira Phonogram.me, cuja versão BETA deve sair nos próximos meses. A startup oferecerá um serviço inédito de NFTs para música brasileira, convidando o público a investir em seu artista favorito de diversas formas, possibilitando a compra de parte dos royalties como “ações”, assim como ocorre em uma bolsa de valores, e conectando músicos, colecionadores e investidores, por meio de um catálogo poderoso e aprofundado das mais variadas vertentes musicais. A plataforma permitirá ao usuário escolher como quer receber a sua cota, seja em criptomoedas ou em reais, trazendo assim versatilidade e se adaptando aos interesses individuais de cada cliente. O lançamento do novo serviço é apresentado pelo músico e embaixador do projeto André Abujamra, que recentemente sonorizou uma arte digital do cripto artista Uno de Oliveira, leiloada num marketplace especializado. No vídeo ele explica um pouco do que será a Phonogram.me:
O serviço está sendo criado pelos sócios Lucas Mayer e a designer Janara Lopes. Além deles, estão associados ao projeto o publicitário e diretor de criação Felipe Cury, o advogado especialista em direito autoral, Filipe Tavares e Guido Malato, dono da Gmalato, empresa brasileira especializada em blockchain.
“Somos pioneiros em trazer esse formato de comercialização de fonograma do Brasil e ficamos muito felizes de participar deste marco de uma nova indústria que se inicia no país”, explica Janara Lopes.
Lucas Mayer que é produtor musical completa: “O Phonogram.me vem para valorizar o âmbito da música gerando monetização a cada player, compartilhamento e reprodução. Por meio desse serviço será possível adquirir os direitos de um fonograma ou comprar parte dele e de vários outros. Além disso, o senso de comunidade dentro da plataforma é muito grande, visto que além de um gerador de renda, é possível tornar-se uma gravadora ou até investir na carreira de um artista”.
***
O primeiro NFT a gente nunca esquece
Tudo nesse universo das criptos parece um pouco futurista e distante mas a tendência dos NFTs já está pegando, seja na oferta de cópias exclusivas ou num cenário de “abrir capital” de uma obra, com um pouco de criatividade e paciência para entender os paranauê virtual as possibilidades são infinitas. Imagino que a galera que não é da geração tiktoker anda um pouco perdida sobre como lidar com criptomoedas porque eu também estava, então vou contar aqui como foi o processo de aquisição do meu primeiro NFT. Lembrando que existem diversos caminhos a seguir e provavelmente se eu não fosse preguiçosa e tivesse pesquisado mais teria descoberto as vantagens e desvantagens de cada um, mas deu certo assim pra mim então vamos lá:
- Comprar criptomoedas: como eu queria testar o hic et nunc fui atrás de uma exchange (agência de câmbio) que vendesse tezos (XTZ) e aceitasse um limite baixo de investimento afinal não sou nenhuma Elon Musk né. Encontrei a NovaDAX que é brasileira, aceita depósitos a partir de R$25 e tem chat de suporte técnico em português (precisei usar e foi bem rápido e eficiente mas atenção que só funciona de segunda a sexta). O processo do cadastro e do investimento inicial é bem simples e intuitivo, dá pra pagar por boleto ou transferência bancária e tudo acontece em questão de minutos, uma vez com a carteira cheia no site é só prestar atenção nas siglas de cada moeda – no meu caso foi de BRL para XTZ. A parte complicada vem quando você decide sacar suas criptos pois a) precisa autenticar sua conta e isso envolve baixar um autenticador no celular (o Google Authenticator não funcionou pra mim e tive que usar o Authy); b) fazer uma série de confirmações que envolvem tirar selfie e enviar fotos de documento e comprovante de residência; e c) existe um limite mínimo para saque de cada moeda, o que provavelmente estava explicado nos termos e condições do site que eu aceitei e não li hehe, então depois de todo o rolé de autentication pra sacar meus suados 2 tezos descobri que o limite mínimo dessa moeda era de 4 unidades, assim tive que voltar e aumentar meu investimento e meu cartão que lute. A boa notícia é que o tezo teve uma valorização de 6,11% nos últimos 7 dias e a expectativa é que suba mais (SpaceX here we go!);
- Adicionar as criptomoedas à uma carteira virtual: a carteira virtual é a interface para pagamento e recebimento das criptos. Assim como as exchanges, existem diversas carteiras virtuais mas aqui segui a dica da Grisa e usei a Temple Wallet que é dedicada ao ecossistema dos tezos. Ela funciona como uma extensão do Google Chrome então precisa baixar e instalar no PC. Dá pra personalizar nome e avatar, a carteira fica ali no cantinho do navegador e já está pronta para uso;
- Transferir as criptomoedas da exchange para a carteira virtual: depois da conta verificada e autenticada lá na NovaDAX essa parte foi moleza, bastou solicitar uma transferência e copiar o código da minha Temple Wallet como destinatário e voilà! meus tezos estavam na minha carteira prontos para serem usados;
- Fazer a compra com criptomoedas: no hic et nunc tem um botão “sync” que sincroniza o site com a extensão da Temple Wallet instalada no PC, assim as criptos da carteira ficam disponíveis para serem utilizadas lá. Depois de sincronizada fui até o objeto NFT que queria, cliquei em “colect”, confirmei a transação e pronto, uma edição de cripto arte única e só minha <3
Por enquanto é isso, bem vindos ao futuro!
***