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Katze

escrito porJoyce Guillarducci 17 de março de 2021
katz_opt

Produtora curitibana aborda ciclos de repetição em novo em novo single-clipe. Veja ‘Samsara’ + entrevista.

foto: leticiah f.

Katze significa gata em alemão e também é o pseudônimo/trocadilho escolhido para o projeto solo da produtora musical curitibana Katherine Finn Zander, ex-integrante da banda Cora e baixista do grupo Noid. Desde 2017 a Katze vem fazendo uma alquimia entre elementos do R&B, trap, indie, rock e psicodelia para embalar divagações sobre questões de relacionamento, vida e morte, evocando para isso simbologias e conceitos dos ciclos da natureza – ali embaixo tem tudo explicadinho e também um paralelo entre a roda cármica e os algoritmos que atualmente regem nossas interações, a Katze brisa longe mesmo mas faz todo sentido.

O resultado disso tudo pode ser conferido no EP  ‘Moon Phases of a Relationship’ (2017 – PWR Records) e também em três novos singles que começaram a dar as caras em 2020 e vêm anunciar o ‘Fratura Exposta’, primeiro full da Katze que tem lançamento previsto ainda para o primeiro semestre de 2021.

ouça Katze:

Aproveitando as novidades e o novo single ‘Samsara’ que saiu semana passada acompanhado de videoclipe, conversei com a Katze sobre suas principais referências (eu amo que tem de $uicideboy$ a Ivete Sangalo), relação entre fases da lua e relacionamentos, novo disco, conexão entre os conceitos de Samsara e IA e também o que todas querem saber: gatos ou catiorros? Confere nosso papo aqui que tá muito gostoso:

sam_opt (1)

Katherine, seu trabalho solo abriga um universo bem plural, mesclando temáticas esotéricas, nuances psicodélicas e elementos do indie rock, trap e poetry rap. Conta pra gente quais as principais referências e inspirações sonoras e estéticas da Katze.

Não que sejam muito próximos do que eu faço, mas tanto $uicideboy$ quanto Lil Peep abriram a porteira do inferno que mescla elementos de trap e rocks alternativos e pesados de forma geral. Tem todo esse lance mais deprê e introspectivo do emo, mas com tendências de flow e bateria de trap e um pé na malandragem (risos). Dentro desse gênero meus heróis tem sido Killstation, a banda Love Ghost e o coletivo Spider Gang (BLCKK, BRUHMANEGOD, fl.vco, Lil Darkie, CXRPSE). Mas isso só pra localizar a “cena”, pq minhas refs de verdade são diversas, vão desde Smashing Pumpkins até Ivete Sangalo (amo o flow Ivete). Pra citar Brasil chamo Luiza Lian e Flora Matos, já os vocais pra sempre Warpaint, produção Grimes, temáticas daddy issues Lana del Rey com perspectivas de cura tipo White Poppy e estética popgrunge Beabadoobee. É um verdadeiro frankenstein haha.

playlistinha de referências mais diversa desse Brasil:

Me familiarizei recentemente com o EP ‘Moon Phases of a Relationship’ e fiquei realmente impactada sobre o quanto o ciclo narrado nele é real. Ele também me fez pensar num artigo chamado “Como planejar sua vida amorosa pelas fases da lua”, e gostaria que você compartilhasse um pouco de suas opiniões, vivências e/ou conselhos sobre o assunto.

Atualmente estou em um eclipse total das relações, tem sido até difícil falar sobre o tema. Mas a questão do EP era muito nesse sentido de um ciclo que sempre se repete, tão certo, regrado e natural quanto as fases da lua. E de certa forma, pra mim isso ainda é tão forte que foi parar no novo disco também, falo sobre especialmente na Samsara. E sei que vai soar abrangente, mas meu conselho sempre acaba sendo o mesmo, eu concordo com o ET Bilu, todavia acrescento: busquem autoconhecimento (risos), gosto muito de fazer terapia e acho que sem isso eu já teria ido pro saco.

 ‘Moon Phases of a Relationship’ também ganhou uma edição de remixes:

E se anteriormente você discorreu sobre o ciclo de relacionamentos, as produções pós ‘Moon Phases’ indicam uma expansão do campo de observação para os ciclos de vida, morte e renascimento. Nos fale sobre os conceitos que baseiam seu próximo disco, o ‘Fratura Exposta’.

O nome é meio literal, cada música é uma exposição profunda do que tem de quebrado dentro de mim. Geralmente são coisas não bonitas de se ver (ou ouvir), mas dores que temos que lidar. A exposição passa pelo papel fundamental da dor no processo de cura e as diversas metáforas que isso pode ter. Realmente reconhecer o que dói, o tamanho do rombo e tratar a ferida com a seriedade que ela merece e não com paliativos anestésicos. Ao expurgar todo o veneno da dor, eu também faço um convite pra audiência, como se fosse um grande kumbaya das nossas sombras. É um pedido de conexão, pq não tá tudo bem aqui e eu acredito que pra muita gente também não tá tudo bem aí, então será que a gente pode dar um pouco de espaço pra que as coisas ruins se manifestem e pra que assim, venham pra luz – se tornem visíveis e conhecidas? quem tiver nessa pegada, vem comigo o/

Uma das novidades das faixas ‘Obsidiana’, ‘Psicostasia’ e ‘Samsara’ são as letras em português. Foi um movimento planejado expressar essas questões em seu idioma original ou simplesmente aconteceu?

Foi absolutamente planejado e arduamente perseguido. Por mais que muita gente fale inglês, a conexão nos shows deixava a desejar e já fazia muito tempo que eu queria conseguir escrever em português. Mas o lance é que o português é uma língua muito desafiadora pra música, ela realmente te convida pro simbólico. No inglês é muito fácil, qualquer coisa soa bem e você pode rimar pão com feijão (ou o seu equivalente) que vai dar tudo certo. E também por ouvir muito som gringo, me faltava referência de flow brazuca, mas depois de muito insistir, uma hora a chave virou (regozijamos – risos).

Essa semana saiu o clipe de ‘Samsara’ que de certa forma oferece uma ponte entre passado, presente e futuro, apresentando imagens de vídeos em VHS da babe Katze (fofa!) sobrepostos por códigos de programação de uma rede neural de Inteligência Artificial. Nos fale sobre as premissas desse vídeo e a conexão dele com o conceito do Samsara.

Vou começar pelo final, já que estamos falando de ciclos (risos): a conexão é que embora uma inteligência possa ser autônoma, ela continua podendo ser programável. No caso da inteligência artificial isso é muito claro, estamos calejados já de reclamar e sofrer por conta de algoritmos nas redes, eles têm certa autonomia pra direcionar um determinado conteúdo pra você e outro pra mim, mas isso tudo foi planejado previamente. No caso do samsara, é praticamente o seu “personal hell”. É um ciclo incessante de morte e renascimento, onde o indivíduo só se liberta quando alcança o nirvana – então, o próximo renascimento sempre está vinculado às questões cármicas dos ciclos anteriores. Levando isso como metáfora pras experiências que vc tem e que costumam se repetir (nessa vida mesmo haha), a conclusão é uma: isso tudo foi construído / programado em algum lugar do seu passado, pode ir lá ver, vai tá no código (risos).

confira o videoclipe de ‘Samsara’ estrelado pela família Katze óin <3

Pra fechar, Katze é “gata” em alemão mas notei que no clipe de ‘Obsidiana’ aparecem alguns doggos porém nenhum cat, então fica aqui a pergunta definitiva: gatos ou catiorros?

Eu diria que gatorros haha, amo ambos, porém só fui a humana de doggos. O lobo em especial é a estrela do videoclipe de Waxing Moon. Já a coisa com o nome foi só um trocadalho infame com meu nome, mas também pode ser Katze por fora, mas Hunde por dentro haha.

kd os gatitos Katze??

***

Katze was last modified: março 17th, 2021 by Joyce Guillarducci
BrasilIndie RockNeo-PsicodeliaR&BTrap
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SOBRE

Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

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