Confira estreia solo da paraense no videoclipe glow de ‘Mente Rasa’ + entrevista.
Às vésperas do penúltimo ciclo lunar de 2020 recebemos a estreia de CIRCE, nome artístico de Cecília Ramos que empresta o título da deusa grega da Lua Nova e das poções mágicas pra apresentar seu novo projeto: vocalista da banda de indie rock Monstra desde o ano passado, a cantora e compositora paraense se aventura agora também numa alquimia solo entre os beats suaves do eletropop e uma atmosfera envolvente que memora a natureza mística de sua homônima. O resultado disso pode ser conferido em ‘Mente Rasa’, faixa produzida por Matheus Nascimento (Slowaves) e mixada/masterizada por Dennis Guedes (The Outs), e que aborda a apatia e o desespero por estímulos sensoriais em um contexto de isolamento social.
ouça circe:
O novo single veio acompanhado de um videoclipe bapho dirigido por Vinicius Fleury e Guál Dídimo, e que flerta com estéticas da vaporwave e glowwave, enquanto explora narrativas de ciclos de comportamento destrutivo e despersonalização, e do confronto com a própria natureza e mortalidade.
assista ‘mente rasa':
Aproveitando o lançamento, conversei com a CIRCE sobre suas referências sonoras e visuais, processo de produção do novo single, projetos e futuros e também sobre álcool barato pra desemaranhar os nós da mente, confere tudo aqui:
Circe, a ambientação envolvente da sua música e essa vibe glowwave do videoclipe de ‘Mente Rasa’ me fazem pensar numa gama de referências que vão de Jade Baraldo a Bjork. Conta pra gente quais as principais influências sonoras e estéticas que você tem trazido pra esse projeto solo.
Acertou as duas! Mas acho que principalmente a Björk teve uma grande influência na minha arte, por acompanhqr o trabalho dela desde bem jovem. Foi um divisor de águas perceber até que ponto se podia chegar com a combinação entre o estudo aprofundado e o exercício inabalável da intuição. Mas minhas referências são bem variadas, desde Pink Floyd até Lady Gaga (bem a carinha da Geração Z). Nesse single em específico me inspirei bastante no terror experimental de filmes como Suspiria e Neon Demon.
Este seu single de estreia é também um fruto/desabafo da quarentena, certo? Nos fale um pouco sobre o processo de produção dele.
Estranhamente, “Mente Rasa” era um rascunho que eu tinha desde 2019, sobre aquele silêncio entorpecente depois de uma crise de pânico. Revisitei a letra na pandemia e me assustei com o quão atual ela permanecia, em um contexto muito mais singular. Produzir ela na quarentena, um período em que esse mesmo silêncio se tornou constante e quase que ininterrupto, foi quase um processo terapêutico. Me ajudou a digerir coisas que eram abstratas demais pra eu conseguir entender sem a arte, e sou muito grata por isso.
E ‘Mente Rasa’ já chegou abalando e emplacando várias playlists fodonas, inclusive a faixa abre a Viral Belém BR do Spotify! Sabemos que é um momento de muitas dúvidas, mas já pode nos dar algum spoiler sobre próximos trabalhos e planos futuros?
Nossa, só de lembrar que entrei no Viral Belém BR me bate uma sensação tão gostosa! Sobre os próximos trabalhos, quero definitivamente produzir mais com o Slowaves, pois sinto que ele consegue traduzir perfeitamente a minha vibe. Também me interessa bastante explorar um pouco mais dos elementos da bruxaria natural e da própria mitologia acerca da deusa Circe. Ah, e sempre quis fazer algum tipo de projeto visual com uma narrativa bem concisa entre os lançamentos. Talvez um dia.
Pra fechar: qual sua dica de melhor álcool barato pra desemaranhar os nós da mente causados por esse período de isolamento social forçado?
Nesses casos, eu sou aquela pessoa 100% adepta à Cantina da Serra (e ainda por cima numa taça pra fingir que é vinho e fazer a fina em casa), mas outro álcool poderosíssimo pra desfazer nós é a Cachaça de Jambu. Deixa tudo dormente e tem o gostinho inteirinho do Norte.
ouça a playlist ‘viral belém br’ vrau:
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