Uma palavra de cinco letras: assista ao videoclipe de ‘Chico’.
foto: Leonardo Malavazzi Juliani
Ora ora que eu sei muito bem o que vocês estavam fazendo na primavera passada: estavam conhecendo o disco de estreia da banda Agapantos aqui no blog hihi! Coincidentemente 1 ano depois cá estamos apresentando um novo lançamento deles – agora em formato quarteto contando com Fernando Martines (guitarra), Giovanni Pilosio (guitarra), Fernando Mendes (baixo / vocal), e Gustavo Popo (bateria) a banda paulista tem rodado diversos palcos de dentro e de fora de SP. Numa dessas andanças foram parar no Escritório lá no RJ e com ajuda do amigo Leonardo Juliani filmaram a mini tour. E daí que as imagens captadas foram lapidadas às 4 mãos de Enio Vital e Carolina Ruffeil e viraram um registro lúdico e nostálgico que hoje ilustra a faixa ‘Chico’, homenagem metalinguística da banda à um amigo real que costumava levar discos para eles ouvirem, e com isso inspirou a sonoridade dessa mesma canção (achei bonita essa história).
Aproveitando o lançamento o Fernando Martines contou melhor como foi todo esse rolé, confere aí e na sequência o videozin que tá uma brisa:
Ano passado a gente tinha como uma meta fazer nosso primeiro show em outro estado. Contato vai, contato vem, acabamos falando com o Lê Almeida, do Transfusão Noise Records e dono do Escritório, casa lendária do underground carioca. E lá fomos nós, de carro, três atrás. Um amigo meu de escola, o Leonardo Juliani, foi junto e ele é fotógrafo, moviemaker (é assim que fala?), desses que não desgruda da câmera, filma o tempo todo. Daí que tem essas filmagens da gente andando no calçadão, tomando na calçada na Lapa, no show, etc. Eu gostei muito da luz das filmagens, deu um ar melancólico, os takes também. O Enio e a Carol conseguiram captar isso e reforçar, refinar, com os filtros, os cortes. Inicialmente essas filmagens seriam um curta metragem da viagem, mas acabou virando clipe e eu fico feliz que tenha acabado se desenrolando assim. Assistindo na real é um curta metragem. Eu indiquei como referência o “Cocksucker Blues”, doc proibido dos Rolling Stones. E acho que os diretores captaram bem essa energia, cada um no seu universo, claro, mas principalmente na estética e textura das imagens. Eu não fiz a letra, é do Mendes, acho ela bem bonita. As pessoas as vezes perguntam: “Que palavra?’ Porque ele canta “Uma palavra, de cinto letras”. Acho inteira linda e profunda
“Pressentimento que as bocas
vão deixar de se calar
chuva, na praça
ninguém sabia,
mas o sol brilhava sim
por detrás de uma cortina de tristeza”é lindo não é?
O Chico e a Carol citados são pessoas reais. O Chico levava discos de vinil pra gente ouvir. De um desses discos saiu a inspiração para o Mendes fazer essa música, de uma cantora chamada Dorothy Asbhy (ela toca harpa!).
O final da música com as guitarras épicas e tal, é uma tentativa nossa de se aproximar do Cidadão Instigado, que é talvez nossa maior referência, somos enormes fãs.
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