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André Prando

escrito porJoyce Guillarducci 9 de maio de 2019
Foto - Terê Dantas_opt

Preparar abdução: o disco ‘Voador’ do músico capixaba chega à São Paulo. Confira entrevista.

foto: Terê Dantas

Sean Lennon from Brazil, essa foi a definição que me veio à cabeça quando vi/ouvi o André Prando pela primeira vez – acabei vocalizando esse pensamento quando o conheci pessoalmente (ai que vergonha rs). Quem acompanha o trabalho do André há de convir que a sutil semelhança com a prole de John & Yoko vai além da aparência física: questionador e ousado, o músico de Vitória/ES vem desde 2014 abordando engenhosamente temas controversos que vão de política a pós-humanismo (“reze um terço para o deus wifi”), com letras que estimulam o pensamento crítico e desafiam o status quo. Tudo isso embalado numa psicodelia deliciosa que pode ser conferida no EP ‘Vão’ (2014) e nos discos ‘Estranho Sutil’ (2015) e ‘Voador’ (2018), sendo esse último o que realmente me abduziu.

ouça o disco voador:

E o disco voador de André Prando já tem o próximo pouso marcado para amanhã mesmo aqui em São Paulo, às 21h no Teatro Bruta Flor. Aproveitando a vinda pra SP, conversamos sobre suas referências sonoras, celebração da nudez, artes do Caramurú para seu disco (sério, quero cada uma dessas capas penduradas na minha parede), cena capixaba, músicas para fumar maconha e quem ele convidaria para uma jam no seu disco voador, confere aí:

VOADOR - Capa do disco (arte de Caramurú Baumgartner)

Meu primeiro contato com seu trabalho foi através do single ‘Ode à Nudez’, música fantástica que encaro como uma celebração da liberdade e da auto-aceitação. Nos fale um pouco sobre sua inspiração para compô-la.

Lembro que o primeiro pensamento que me moveu pra começar essa composição foi a vontade de falar sobre a necessidade de desmistificar o mito, derrubar o status de inalcançável de situações, coisas ou pessoas. É algo que a gente vê em muitos artitas, por exemplo. Que se blindam, se mascaram, se fazem defíceis, se acham importantes demais pra serem normais com as pessoas. Sempre achei isso uma blasezice infinita rs A parti daí eu desenvolvi a música, falando das diferentes máscaras das pessoas, das diferentes camadas que isso implica e trabalhando a analogia da nudez e liberdade como um despir de máscaras. No meu caso, mais do que a nudez das vestes, raspar a barba toda para a filmagem foi o maior ato de nudez possível. Eu de cara lisa é algo tão imprevisível que, mesmo sendo mostrado claramente (sou eu cantando, afinal), as pessoas não enxergam. É como a realidade clara que as pessoas não enxergam no dia-a-dia, é justamente o que estamos vivendo nessa doidêra politicamente e socialmente. Gosto de me preocupar com as “pontas soltas”, tem que ter bastante rs Deixar a poesia inspirar diferentes interpretações.

E a faixa acabou abrindo seu disco ‘Voador’, um trabalho super plural que flerta com ritmos diversos – de brasilidades a elementos da música indiana. O que você citaria como referências sonoras para ele?

Sempre achei bonito como a cultura oriental e o movimento hippie influenciou muito os anos 70 no Brasil. Mutantes, Ednardo, Alceu, Ave Sangria, Raul Seixas, sempre mexeu comigo. Além desses, Beatles e Doos sempre foram inspiração, mas destaco forte influência de Clube da Esquina, John Frusciante, George Harrison, The GOASTT, Kula Shakers. Além da bagagem musical, dou muita importância pra outras formas de referência como Jodorowsky, Carlos Castaneda e Huxley.

As ilustrações da capa do ‘Voador’ e dos singles que o antecederam são uma viagem a parte e foram criadas pelo Caramurú Baumgartner, artista que admiro há tempos. Como rolou esse contato entre vocês, e o que você achou do resultado?

Conheci o Caramurú através da banda/artista Tagore, que também sou muito fã! Daí sempre curti as artes dos cartazes de show, singles, etc do Tagore, fui procurar saber o criador e cheguei no Caramurú, aí descobri que ele era o percussionista e tecladista da banda também hahaha Fiz contato com ele mostrando minha admiração, fomos nos conectando cada vez mais, viramos broderes e convidei ele pra trabalhar na identidade visual e na criação das artes todas do álbum. Queria exatamente a estética e característica dele impressa. Tá loka… surreal! Sou muito fã hahaha Não poderia ser mais viajante e profundo, permite tantas leituras, acho isso lindo. Tudo a ver com o Voador.

capa do single Ode à Nudez por Caramurú.

capa do single Ode à Nudez por Caramurú.

capa do single Eu Vi Num Transe pelo Caramurú.

capa do single Eu Vi Num Transe pelo Caramurú.

A faixa ‘Salve Seu Broder’ apareceu na nossa playlist de Músicas Indie Pra Fumar Uma Maconha. Que tipo de música você curte ouvir nesses momentos?

Que maravilha, ein? Tá na playlist perfeita! Olha, nunca dei stop em alguma música pra fumar ou nunca parei de fumar por causa da música tocando rs De uma forma geral, acho que sons mais relax e viajantes. Mas tem onda de tudo quanto é tipo, vareia, né?

playlist para momentos de ~salvação:

Temos visto muitos novos nomes despontando do Espírito Santo, o que rendeu inclusive uma noite capixaba na última edição da SIM SP – estive lá e foi demais. O que você nota de mais diferente entre a cena do ES e de SP?

Que bom! Agradeço em nome da turma capixaba <3 Olha, não sou especialista na cena de SP (que percebo que apresenta uma pluralidade de cenas, né?), mas, antes de qualquer coisa, existe um infinito de diferença no tamanho entre os 2, né? É comparar uma das principais capitais do mundo com o interior do mundo rs Apenas uma constatação, sem veneno, eu amo morar aqui. Mas acredito que o ES, por não estar muito inserido no hype ou em evidência, acaba mostando trabalhos que saem um pouco de caminhos óbvios, não segue o hype, acho… isso resulta em trabalhos com estilos muito diferentes um do outro e cada vez mais caprixosos. Acho foda ver que quase sempre tem algum capixaba nos lineup dos festivais, eu mesmo já toquei em vários, ou tem o Silva, ou a Ana Muller, ou a My Magical Glowing Lens, ou alguma banda do Mozine/Laja Records. Sem falar na cena hip-hop que é muito forte no ES!

Na sexta-feira você toca no Teatro Bruta Flor em formato solo. Em apenas uma palavra, o que podemos esperar desse show?

Voador!

um gostinho do show voz & violão do André:

Pra fechar: quais artistas que não tocaram no álbum você convidaria para uma jam no seu disco voador?

É só chamar? rs Milton Nascimento, Alceu Valença, Sean Lennon, John Frusciante. Tá bom, né? Great gig in the sky!

***

SERVIÇO:

André Prando | Teatro Bruta Flor – São Paulo/SP (10/05)

TEATRO BRUTA FLOR – Rua Augusta, 912
10 de Maio
21H
$20-40

***

André Prando was last modified: maio 9th, 2019 by Joyce Guillarducci
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SOBRE

Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

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