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Venus Wave

escrito porJoyce Guillarducci 12 de abril de 2019
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Viaje na psicodelia do EP de estreia do quarteto + entrevista.

foto: Cassiano Geraldo

Há pouco menos de um ano rolou a única edição dominical do Cansei Apresenta, numa tarde de domingo bem delicinha na Casa do Mancha regada à música com shows da Venus Wave e da Leza. A dobradinha caiu tão bem que hoje ela se repete no Estúdio Fiaca para celebrar o lançamento do primeiro registro fonográfico das Venus Wave.

Gravado e mixado por João Nin nos estúdios Cardeal 2100, Moonhouse e Number 9, o EP ‘Galaxy Eyes’ foi concebido às 8 mãos de Julia Danesi (vocal), Manu Rodrigues (guitarra), Camilla Araújo (baixo) e Carol Flores (bateria), e é uma visita aos áureos anos do acid rock e psicodelia. Unindo a dinâmica da cozinha de Carol & Camilla ao vocal delicado de Julia e guitarra hendrixiana de Manu, as 3 faixas originais do EP oferecem uma atmosfera vibrante e envolvente (diria sexy até) de uma beleza que só filhas da Vênus poderiam idealizar, e vem dar uma oxigenada na nossa cena neo-psicodélica, que anda a toda, mas ainda muito masculina verdade seja dita. O toque brasileiro fica por conta do bônus com uma versão moderninha de ‘Baby’ dos Mutantes, que aqui ganhou introdução com apitos de pássaros e pau de chuva, mas o ponto alto do EP para mim – e aparentemente para as meninas também hihi, é o tom xamânico da faixa ‘Flow’, dado pela adição da tabla tocada pela convidada Lourdes Batista (amei forte).

ouça Galaxy Eyes:

Aproveitando o lançamento, conversei com a banda sobre a experiência de gravação em estúdio, capa do EP, programa da Kiss FM e outras coisinhas mais. Descubram também qual seria a última música que elas tocariam caso o universo estivesse sendo consumido por uma concentração de matéria escura, tá tudo aqui:

Venus Wave por Cassiano Geraldo

Venus Wave por Cassiano Geraldo

Como foi pra vocês essa experiência de estar gravando em estúdio pela primeira vez com a Venus Wave?

Julia: Ao mesmo tempo que foi muito desafiador poder registrar minha voz, foi também um alívio muito grande. Há 3 anos esperava em concretizar as músicas em forma de gravação para o público. E desde o início da banda, ansiava por uma formação concreta e que trouxesse estabilidade para a Venus. Acredito que a formação atual proporcionou o cenário ideal para que gravássemos esses materiais, que foram sendo lapidados ao longo dos anos. Aprendi muito sobre mim mesma, sobre em que momentos eu deveria usar mais potência na voz, ou em que momentos sobrepor camadas funcionaria… é tudo muito diferente no estúdio. E desde então tinha sido uma cantora da performance ao vivo.

Camilla: Pra mim a experiência foi muito importante pela sinergia que desenvolvemos enquanto conjunto nesse processo. Começamos a gravar pouco tempo depois de fechar a formação e como fui a última a entrar, naturalmente sentia carência de entrosamento, que esse processo não só sanou, como evoluiu nossa relação a nível de unidade. 

Manu: Foi massa, tivemos a oportunidade de gravar com muita tranquilidade, pensando em cada arranjo. Isso proporcionou para nós uma proximidade de cada integrante, o que nos fortaleceu muito como banda. Tivemos a experiência de compartilhar também a composição junto com músicos convidados, o que rendeu muita experiência e troca de conhecimento. 

Carol: Existiu uma troca e uma experiência muito importante pro amadurecimento do nosso trabalho, e de nós como musicistas, estivemos em contato constante com nós mesmas durante todo o processo da composição à gravação final. Fomos bombardeadas por dúvidas e inseguranças, tivemos que aprender certas coisas na prática. Graças a tudo isso conseguimos conhecer nossas características e aprender a dividir o espaço de cada uma como pessoa e as referências como banda, no meio de todo o processo entramos de véu e grinalda nisso tudo, nos casamos de vez pra que a energia estivesse sempre bem dividida e o som soasse como está agora, somos quatro personalidades diferentes em uma unidade sonora.

Quem vê vocês ao vivo nota na hora as influências do rock sessentista de gente como Janis Joplin, Led Zeppelin, Hendrix (Manu nossa Hendrix favorita). Tudo isso também está presente nas faixas do EP com uma novidade: a Venus Wave cantando em português numa versão de ‘Baby’ dos Mutantes – que confesso tive um pouco de culpa rs. Queria saber quais outras bandas brasileiras vocês citariam como referências sonoras da Venus.

Julia: Falando pelas minhas influências diretas acho que passeiam desde artistas antigos e consagrados da música brasileira como Gal Costa, Elis Regina, Caetano Veloso (Transa, oi), Secos e Molhados, Marisa Monte… até uma pegada mais atual como Boogarins, O Terno, Letrux.

Manu: Rita Lee, Cássia Eller, bandas independentes como Leza, Picanha de Chernobill…

capa de 'Galaxy Eyes' pintada à guache por Julia Danesi.

capa de ‘Galaxy Eyes’ pintada à guache por Julia Danesi.

A capa do EP foi pintada a mão pela Julia, que me contou mais cedo que em meio ao trabalho surgiu inclusive uma versão alternativa dela. Como foi todo esse processo?

Camilla: A Julia é uma artista incrível e admiro muito o processo criativo dela. Por ser muito visceral e intuitivo… Poder contribuir de alguma forma com qualquer processo criativo é um prazer enorme pra mim, principalmente de algo tão íntimo que é o primeiro trabalho de um projeto.

Carol: Como artista e mulher reconheço o trabalho da Júlia como tal, ela tem um olhar incisivo, de uma maneira boa, ela consegue passar a intenção dela nos trabalhos que constrói, e isso pra mim é o que faz um artista. Ela esteve imersa no processo de criação e nós acompanhamos tudo de perto, dando nossa visão mas deixando fluir o olhar dela de maneira orgânica. 

Julia: Qualquer processo artístico pra mim exige uma conexão muito forte com uma voz e uma sensibilidade interior… não consigo transportar pro plano material minhas ideias se não me sinto confiante o bastante pra isso. Foi um processo muito complicado pintar a capa porque ao mesmo tempo que eu tinha visualizado essa imagem na minha cabeça há anos (desde que escrevi Galaxy Eyes), eu não tinha certeza como ela criaria vida no papel ou muito menos numa tela. Foi pintando um quadro para um compacto da banda Necro que me identifiquei e descobri essa possibilidade para uma capa. A organicidade me atrai muito: as imperfeições da tela, as manchas de tinta. Tenho tanto carinho por aquela capa que decidi experimentar os pincéis e a tinta para a Venus também.

Em meio a conflitos internos, abandonei a primeira tela por algum tempo por ela me trazer uma sensação muito forte e transmitir estranheza, algo até meio soturno. Até tentei começar uma versão alternativa dela, mas nunca conseguia tirar os olhos da capa anterior… no canto do meu ateliê os olhos me traziam um magnetismo. Percebi que a força dela representava muito nosso som e imagem e resolvi abraçá-la.

E recentemente vocês também viraram pinturas para o videoclipe de ‘Galaxy Eyes’. Nos falem sobre as referências estéticas para ele.

Julia: Queria fugir da estética padrão dos videoclipes em estúdio… do clichê de estarmos tocando um instrumento em um fundo chapado. Tenho uma paixão de longa data com a maquiagem artística (até trabalhei com isso por alguns anos) e pensei que pudesse fazer esse elo com a Venus. A proposta era que tudo parecesse um quadro, mesmo. Desde nós mesmas até o fundo. Desenvolvendo o storyboard/roteiro uma das referências foi o clipe de “Somebody That I Used to Know” do Gotye e Kimbra. Trouxe essa idéia para as meninas, que abraçaram por também adorarem pintura corporal.

Apesar de ter trazido a maior parte das referências e dirigido o clipe artísticamente, foi um trabalho em conjunto. As meninas me ajudaram a executar tudo e tivemos uma equipe colaborativa muito importante: o Cassiano Geraldo da Eu Te Amo Records nas câmeras, a Bri Jordão e Adeline Vincenzo registrando o making of, a Nathália Gonçalves dando apoio na maquiagem, etc.

assista Galaxy Eyes:

Esse ano vocês foram selecionadas pelo Autoral Brasil da Kiss FM. Como foi participar do programa, e o que vocês esperam que isso possa render para a banda?

Julia: Já está rendendo muito… acredito que o processo de gravação do EP nos amadureceu para esse momento. Estamos mais entrelaçadas nas entrevistas, temos uma visão em conjunto agora. A equipe da Kiss FM e todos os parceiros estão sendo incríveis com a gente e nos dando todo o apoio. Vamos gravar um novo single pela Greenhouse Estúdios, um clipe pela Infest Filmes, estamos cursando nossos instrumentos pela Groove Monster Brazil… recebemos conselhos e cursos de music business da Fabiana Lian da Onstage Lab, gerenciamento de branding pela Pac Music, fotos da Paty Pattá… e as coisas não param aqui. É a oportunidade que sempre pedi que acontecesse conosco.

Manu: Foi uma surpresa ter sido selecionada para esse concurso. O pessoal que promoveu está nos auxiliando muito para o crescimento da banda. Estamos felizes de poder participar e principalmente usufruir dos prêmios. Vai render não só conhecimento técnico como prático também em todas as áreas que uma banda precisa estar.

Camilla: Foi uma surpresa bizarra ganhar esse concurso e tudo o que está acontecendo tem sido surpresa atrás de surpresa. Estamos tendo a oportunidade de trabalhar com pessoas que são super posicionadas dentro do mercado e isso é fundamental para ajudar a estruturar os pilares de um projeto que querendo ou não depende da parte administrativa e prática para se desenrolar, então acredito que todo o conhecimento que tiraremos dessa experiência vai somar para toda a estrutura da banda daqui pra frente em um patamar mais profissional. 

Carol: Foi como um sonho, ainda não acordamos dele porque a cada dia nos vem uma notícia melhor, a cada momento aproveitando os prêmios e as oportunidades nos sentimos mais perto desse sonho virar uma realidade. Essa aventura nos trará o que estamos procurando há muito tempo: que nossa música consiga atingir as pessoas e que elas se identifiquem conosco. Pra mim ter alguém ouvindo nossas músicas ja é o sucesso que muitos procuram e esse prêmio veio para mostrar que somos capazes de conseguir realizar isso tudo. 

Sei que na Venus Wave rola o maior DIY onde vocês confeccionam até o próprio merch. Têm dicas pra galera que está começando com baixo orçamento mas com muita vontade de fazer música?

Julia: O mais importante para ter boas idéias é elaborar a própria confiança… confiar na intuição, deixar a criatividade vir no seu próprio tempo. Não ter medo de experimentar novas ideias, arriscar. Para nossas sacolas de merchan a Carol fez um carimbo com o símbolo da Venus feito em EVA, cola quente e uma capa velha de caderno. O resultado ficou super legal… funcionou. Então não precisa necessariamente ser algo extremamente elaborado para dar certo.

Se você tem vontade de tacar tinta numa camiseta e depois bordar o nome da sua banda a mão, porquê não? Acreditamos em criar os próprios métodos.

Manu: Acreditar na arte e fazer acontecer. O mais importante em acreditar é colocar sua energia nisso e ter cara e coragem diante de tantos desafios.

Pra fechar: o universo está sendo consumido por uma concentração de matéria escura e restam poucos minutos para que vocês toquem uma última música juntas. Que música seria? Não vale ‘Dark Matter’ rs.

Camilla: Eu tocaria duas, a Flow que é a minha favorita do EP… e eu amo muito tocar Somebody to Love (Jefferson Airplane) com essas gurias e totalmente seria a última coisa que eu faria. 

Carol: Com certeza seria a Flow, é uma das minhas favoritas, ouço em looping no meu fone de ouvido, ela tem uma levada que te faz entrar literalmente em um flow, tocar ela é tão extasiante quanto ouvi-la. Seria sem dúvida uma experiência incrível se sentir sendo consumida pela massa enquanto entra num flow constante.

Manu: Flow.

Julia: Eu até topo tocar Flow porque sinto tudo isso que elas disseram também… mas vou ser do contra. hahah

Queria tocar Shattered Glass, nossa música nova. Porque ela traz uma sensação de catarse muito grande pra mim, consigo expelir muitos sentimentos quando a canto. Fica aí como suspense de uma próxima gravação… já que ela não entrou no nosso EP. hehe.

***

SERVIÇO:

Lançamento EP Galaxy Eyes – Venus Wave + Leza & Cansei

Estúdio Fiaca – Rua João Anes, 117
12 ABR
19 HRS
$15

galaxy lançamento

Venus Wave was last modified: abril 12th, 2019 by Joyce Guillarducci
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SOBRE

Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

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