Atenção senhores usuários, última chamada para a estreia do músico mauaense. Assista ‘Aquário’ + entrevista.
ACONTECEU: hoje pela primeira vez rola aqui uma première de um artista da minha vila, que pra quem não sabe é Mauá, uma cidadezinha em Sâo Paulo conhecida como a “capital da porcelana” e onde o número de casas de shows que apostam em novidades e projetos independentes é inversamente proporcional à quantidade de prefeitos/hora – foram 19 durante os 64 ano de emancipação da cidade (não lembro a última vez que vi uma banda nova tocando aqui).
No coração dessa fabriqueta de louças & prefeitecos reside o infame Studio Bar aka point da neo-juventude mauaense aka bar da minha irmã que foi justamente onde conheci o Jonston, um jovem artista – e habitué do tal bar diga-se de passagem – que ainda resiste na cidade. Este rapaz anda fazendo uma mistura de eletropop e synthwave que hoje dá as caras em seu primeiro single solo: lançada em parceria com o selo EletroCardioDrama, ‘Aquário’ é uma canção leve, intimista, com um beat que te leva pra longe, de trem, quando a gente percebe já tá dançando no fundo do aquário.
confira o divertido vídeo de Aquário:
Aproveitando o lançamento conversei com o Jonston sobre referências da vaporwave, cena de Mauá city, planos futuros e como é estar do lado de fora do aquário, confira tudo aqui:
Jonston, nos fale um pouco sobre o processo de criação do single ‘Aquário’, você gravou tudo?
Nesta fase solo decidi por compor de forma mais intimista, e na hora de gravar optei também por manter essa vibe mais serena. Em parceria com o produtor Norton Bell amigo de longa data e do selo EletroCardioDrama gravei voz e violão e o Norton cuidou do arranjo! Conforme ele avançava no arranjo, juntos nós íamos lapidando Aquário. Em resumo foi um processo simples mais que traduziu bem em seu resultado aquilo que eu sempre quis transmitir com essa canção.
Dá pra notar diversos elementos da vaporwave na estética do seu projeto. Você citaria artistas deste movimento como influências/referências para sua música também?
O lance do vapor me atraiu no começo pela estética , visualmente é uma parada que me agrada muito, mas o lance dos beats intimistas acabaram casando também na forma como eu venho compondo ultimamente. Isso tudo somado ao flerte que eu venho tendo com os anos 80 e 90 resultou em uma identidade bacana pra essa nova fase.
Sinto uma escassez de bandas autorais em Mauá – tem muito cover porém pouco trabalho original, e isso é tanto pelo público quanto pela falta de incentivo cultural da cidade. Você como artista diria que há uma movimentação acontecendo ou a galera ?
Mauá tem artistas incríveis, mas vejo a galera ainda valorizando pouco eventos autorais isso faz com que os contratantes das poucas casas de shows que nós temos acabem por optar por bandas covers, o que desmotiva e enfraquece uma possível movimentação de uma cena original na cidade, resumindo , sim a galera por aqui continua no Toca Raul. O que é uma pena pois temos grandes artistas em nossa cidade que passam quase sempre desapercebidos até desistirem do lance de fazer autoral e acabam indo pro cover pra sobreviver ou até mesmo deixando a musica de lado.
Planos para 2019? O que podemos esperar depois desse single?
O selo EletroCardioDrama além de lançar artistas novos todos com um ponto em comum que é o flerte com o eletrônico ,irá trazer um formato inovador de festas e shows no qual eu tenho muito orgulho de tá fazendo parte! A ideia é continuar lançando singles e clipes no decorrer do ano, mesclando apresentações ao vivo hora com DJs hora apenas acústicas.
Pra fechar, como é estar do lado de fora do aquário?
Na verdade estar do lado de fora do Aquário é mergulhar pra dentro de si mesmo, e assim se distanciar do caos que essa rotina opressora nos impõe, e perceber que muitas das vezes as repostas que precisamos pra resolver nossos maiores dilemas estão dentro de nós mesmos. Dominar o oceano que habita dentro da gente é a única maneira de evoluirmos como ser e descobrir a verdadeira liberdade perante a vida.
***