Cansei do Mainstream
  • Home
  • Na Vitrola
  • Na Estante
  • Na Película
  • No Passado
  • 1967 em 50 discos
  • 1968 em 50 discos
  • Contato
  • Home
  • Na Vitrola
  • Na Estante
  • Na Película
  • No Passado
  • 1967 em 50 discos
  • 1968 em 50 discos
  • Contato

Cansei do Mainstream

1968 em 50 discos

#33 – The Beatles – The Beatles

escrito porJoyce Guillarducci 7 de dezembro de 2018
beatles-in-mono-the-beatles-thomson-house-london-jul-28-1968-apple-corps-ltd-copy-1200x0_opt

Comentado por André Melo do blog Sustenido.

1968 foi o ano em que a vibe peace & love construída no decorrer da década de 60 passou a dar sinais de desgaste. Com um verão que trouxe mais sutiãs (figuradamente) queimados do que flores, o ano foi marcado por protestos, revoluções, assassinatos e guerra.

Musicalmente, porém, 68 foi tão produtivo quanto seu antecessor – o que ficará bem claro no passeio 1968 EM 50 DISCOS que hoje traz os garotos de Liverpool na fase não tão garotos assim:

Álbum: ‘The Beatles’ ou ‘White Album’
Artista: The Beatles
Gravadora: Apple Records
País: Inglaterra
Lançamento: 22 de Novembro de 1968

por André Melo do Sustenido

TheBeatles68LP

Você já escutou essa história antes. A criança vai fuçar nos discos do pai e começa a encontrar alguns álbuns que lhe chamam a atenção. Foi assim que eu achei naquele monte de bolachões a coletânea azul dos Beatles, a “1967-1970”, aquela com a fase mais experimental e psicodélica da banda.

Na época, foi incrível conhecer as viagens de “Sgt. Peppers” e do “Magical Mystery Tour” (basicamente o disco 1 da coletânea dupla), mas o que me fez gostar mais dos Beatles neste primeiro encontro foi o fato da minha veia roqueira começar a pulsar com “Revolution”, música que fechava o lado B. Hoje acho que esse som, e sua história, simplesmente resume todo o “The Beatles”, décimo disco de estúdio dos caras, álbum do qual a música faz parte, e que é o nosso tema do dia!

“Revolution” foi composta por Lennon junto com um outro lote grande de canções que os Beatles começaram a escrever durante o período em que a banda estava na Índia participando da meditação transcendental promovida pelo Maharishi Mahesh Yogi, e que gerou o Álbum Branco. Durante o retiro, os participantes deveriam esquecer de suas obrigações no mundo, mas Lennon e McCartney sempre davam uma escapada um para o quarto do outro para mostrar novas ideias. Essa produção às escondidas torna o white album quase que um disco proibido, e que devido a tanta inspiração se tornou duplo!

Embora boa parte do disco tenha sido escrito durante a meditação, os Beatles estavam sempre ligados ao que acontecia no mundo, e isso refletiu nas letras em que estavam trabalhando. “Revolution”, por exemplo, segue essa linha, e fala sobre as tensões globais da época. “Back In The U.S.S.R” também está por ali, embora seja bem mais irônica.

Além dos problemas mundiais, os Beatles também tinham que lidar com suas tensões internas durante a gravação do disco. A presença da nova namorada de John, Yoko Ono, no estúdio foi motivo de descontentamento por parte de Paul, George e Ringo, e conforme a crise entre os caras ia aumentando era comum que cada beatle estivesse trabalhando sozinho em um estúdio diferente. E falando nisso, foi em busca de novas tecnologias (e talvez de um novo abrigo para os momentos de maior stress) que a banda gravou pela primeira vez fora do Abbey Road, utilizando o Trident Studio, que posteriormente se tornou um dos estúdios mais icônicos de Londres, para a gravação de faixas como “Dear Prudence” e “Honey Pie”.

O clima entre a banda estava tão mal, que Ringo, se sentindo desprestigiado, resolveu abandonar o grupo por algumas semanas, só voltando após seus colegas praticamente implorarem pelo seu retorno. Paul assumiu as baquetas durante sua ausência na gravação de faixas como “Back In The U.S.S.R” e “Dear Prudence”. George achava que ninguém se importava com suas canções, estão chamou o amigo Eric Clapton para solar em “While My Guitar Gently Weeps”, conseguindo unir mais um mestre da música aos Beatles.

Além de tudo isso, ainda existia a concorrência entre Paul e John. Voltando para a “Revolution”, John queria que a canção fosse lançada como um single, mas Paul e George foram contra, dizendo que a música era lenta demais para isso. John ficou irritado e chamou todos de volta ao estúdio para regravar esse som, sendo que o resultado foi possivelmente o primeiro hard rock da história. O pioneirismo do disco não parou por aí, afinal “Helter Skelter” está parelho com o surgimento do heavy metal, e “Ob La Di Ob La Da” é da época em que o ska evoluiu para o reggae!

A versão pesada de “Revolution” ganhou um prêmio de consolação: o lado B do single de “Hey Jude”. Aliás, certo dia minha mãe me revelou que tinha este compacto na adolescência, mas que acabou perdendo o danado com o tempo. Fiquei realmente chateado com esta história, pois perdi a chance de ter o disquinho na minha coleção. A versão original da música, aquela do jeitinho que o John queria, foi batizada de “Revolution 1”, e essa sim aparece no álbum Branco.

“The Beatles” pegou todo mundo de surpresa! Não era aquele disco psicodélico que todos esperavam após a fase colorida do “Sgt Peppers” e do “Magical Mystery Tour”. Era mais do que isso! Era a soma de todas as cores! Era o equilíbrio entre a guerra e a paz! Era o início do fim do fab four! Um disco obrigatório!

#33 – The Beatles – The Beatles was last modified: dezembro 7th, 2018 by Joyce Guillarducci
0 comentários
5
Facebook Twitter Google + Pinterest
Joyce Guillarducci

Postagem anterior
YPU
Próxima postagem
Enquete #03 – BIKE + Mescalines

Você também pode gostar

nice02-1_opt

#20 – Ars Longa Vita Brevis – The Nice

10 de julho de 2018
foto-11_opt

#14 – Together – Country Joe and the Fish

25 de abril de 2018
Tyrannosaurus Rex_header_opt

#08 – My People Were Fair and Had Sky in Their Hair… But Now They’re Content to Wear Stars on Their Brows – Tyrannosaurus Rex

9 de março de 2018
hqdefault (2)_opt

#19 – Like to Get to Know You – Spanky and Our Gang

21 de junho de 2018
simona_opt

#11 – Alegria Alegria 2 ou Quem Não Tem Swing Morre com a Boca Cheia de Formiga – Wilson Simonal

26 de março de 2018
750c386b0ca07258347328b68e171bfcc1addead_opt

#18 – Music from Big Pink – The Band

11 de junho de 2018
Strawberry Alarm Clock (4)_opt

#25 – Wake Up…It’s Tomorrow – Strawberry Alarm Clock

30 de agosto de 2018
Fleetwood-Mac-1968-resize-1_opt

#10 – Fleetwood Mac – Fleetwood Mac

21 de março de 2018
26out16_opt

#04 – A Banda Tropicalista do Duprat – Rogério Duprat

3 de fevereiro de 2018
Dr_John_canvas-980x520_opt

#05 – Gris-Gris – Dr. John

8 de fevereiro de 2018

Deixe um comentário Cancelar resposta

SOBRE

Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

Envie seu som pelo Groover!

no Facebook

Facebook

no Spotify


tags

60s 70s 80s Acid Rock Austrália Blues Brasil Canadá Country Dream Pop Electro Pop Eletropop Eletrônica Estados Unidos EUA Experimental Festival Folk Garage Grunge Indie Indie Rock Inglaterra Jazz Lo-Fi MPB Música Música Experimental Neo-Psicodelia New Wave Pop Pop Rock Post-punk Psicodelia Punk Pós-Punk Rock Rock'n Roll Rock Progressivo Shoegaze Stoner Rock Surfadelic Surf Music Synthpop Vaporwave
  • Facebook
  • Instagram
  • Youtube
  • Email

@2016 - Cansei do Mainstream


Voltar ao topo