1968 foi o ano em que a vibe peace & love construída no decorrer da década de 60 passou a dar sinais de desgaste. Com um verão que trouxe mais sutiãs (figuradamente) queimados do que flores, o ano foi marcado por protestos, revoluções, assassinatos e guerra.
Musicalmente, porém, 68 foi tão produtivo quanto seu antecessor – o que ficará bem claro no passeio 1968 EM 50 DISCOS que hoje traz o maior nome de disco que vocês ouvirão essa semana:
Álbum: ‘My People Were Fair and Had Sky in Their Hair… But Now They’re Content to Wear Stars on Their Brows’
Artista: Tyrannosaurus Rex
Gravadora: Regal Zonophone
País: Inglaterra
Lançamento: 05 de Julho de 1968
por Joyce Guillarducci
Recém saído da John’s Children, o Marc Bolan de fins dos anos 60 decidiu deixar a sonoridade protopunk para trás e dar uma outra roupagem para sua nova banda. Nasceu assim o psych-folk ‘My People Were Fair and Had Sky in Their Hair… But Now They’re Content to Wear Stars on Their Brows’, disco de estreia da Tyrannosaurus Rex. Mal sabia ele que em menos de 3 anos sua velha conhecida guitarra elétrica estaria de volta em suas mãos para consagrá-lo como um dos reizinhos do glam rock.
Uma aura lúdica que eu amo envolve tudo nesse disco: desde a capa criada pelo designer britânico George Underwood – coincidentemente o autor do soco que deixou uma pupila permanentemente dilatada no olho daquele outro rei glam chamado David Bowie; passando pelas técnicas de gravação e instrumentos nada convenionais, como o pixiphone; até a excentricidade dos vocais e temática fantasiosa das 12 composições de Bolan, que abre espaço inclusive para um conto infantil escrito por ele na faixa ‘Frowning Atahuallpa (My Inca Love)’, que é uma de minhas favoritas do disco, ao lado de ‘Child Star’ e ‘Mustang Ford’.
No mais, o ‘My People Were Fair…’ cairia muito bem na discotecagem de uma festa élfica, e por que não como trilha sonora do nosso dia a dia, afinal uma pitadinha de magia & fantasia não faz mal a ninguém ?✨