O ano de 1967 foi um dos mais significativos para a música mundial. A ascensão hippie, the summer of love e a consagração da psicodelia foram pontos cruciais no curso da história do rock’n roll, da música pop, country, folk, soul e do acid rock. E como eu amo os anos 60, não poderia deixar de prestigiar o meio século desse ano tão importante. Para isso, criei a coluna 1967 EM 50 DISCOS, onde semanalmente comentaremos álbuns lançados nesse ano.
O disco de hoje seria o pontapé inicial da decadência dos Beach Boys mediante a crítica americana. Ainda assim, é um de meus favoritos desse ano. Saca só:
Álbum: ‘Smiley Smile’
Gravadora: Capitol Records
Artista: The Beach Boys
Lançamento: 18 de Setembro de 1967
por Joyce Guillarducci
Seguindo todo o barulho ao redor do vanguardista ‘Pet Sounds’ (1966), os Beach Boys planejavam lançar um sucessor à altura no quesito conceptualização. Nasceu assim o projeto ‘Smile’, que depois de mais de um ano de muito trabalho e discussão, acabaria sendo abandonado e substituído pelo lo-fi e minimalista ‘Smiley Smile’.
O 12º álbum da banda foi recebido com desapontamento pelos fãs e pela crítica, que aguardavam algo mais inovador. Apesar de trazer o revolucionário hit ‘Good Vibrations’ – que originalmente seria parte do ‘Smile’ e que foi incluído no disco contra a vontade de Brian Wilson, ‘Smiley Smile’ alcançou a pior classificação da banda nas paradas americanas até aquele momento, e marcou o início da renúncia de Brian como líder criativo da banda, que se afastaria cada vez mais da produção dos álbuns seguintes.
Uma pena, porque o disco pode não ser assim um Sgt Peppers, mas ainda oferece boas doses de experimentalismo e belíssimos arranjos e harmonias vocais, como em ‘Heroes and Villains’, ‘Wind Chimes’ e uma de minhas favoritas: ‘Vegetables’. Aliás, que lance é esse que a galera de 67 tinha com vegetais heim? (tema frequente do noso disco #35).
No mais, ‘Smiley Smile’ é tão feelgood que já chegou a ser usado como trilha sonora em clínicas de reabilitação pra aliviar os pós efeitos em casos de uso intenso de drogas psicodélicas – a famosa BAD. Impossível ouvi-lo sem dar ao menos um sorrisinho