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1967 em 50 discos

#37 – The Who Sell Out – The Who

escrito porJoyce Guillarducci 15 de dezembro de 2017
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Comentado por João Rocchetti da banda Vitreaux.

O ano de 1967 foi um dos mais significativos para a música mundial. A ascensão hippie, the summer of love e a consagração da psicodelia foram pontos cruciais no curso da história do rock’n roll, da música pop, country, folk, soul e do acid rock. E como eu amo os anos 60, não poderia deixar de prestigiar o meio século desse ano tão importante. Para isso, criei a coluna 1967 EM 50 DISCOS, onde semanalmente comentaremos álbuns lançados nesse ano.

O segundo convidado dessa semana é o João Rocchetti da banda Vitreaux dissecando esse discaço do The Who, que completa 50 aninhos hoje mesmo! Vai lá Johnny ?

Álbum: ‘The Who Sell Out’
Gravadora: Track (UK) / Decca (EUA)
Artista: The Who
Lançamento: 15 de Dezembro de 1967

por João Rocchetti 

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Pop-art, pós-mod, psychedelia.
Poucos álbuns reuniram estéticas e estilos de vida tão interessantes e diversos como o terceiro álbum do The Who, o The Who Sell Out. Passada a “fase mod” da banda, Pete Townshend, que, então, dava sinais de protagonismo criativo no quarteto, ansiava por alçar novos vôos com o Who e, por fim, resolveu juntar a Pop Art, sua maior obsessão dos tempos de art school, com a imagem e o som da banda. Como?

As ideias iniciais de Townshend e de seu inestimável amigo Richard Barnes, quem cunhou o nome da banda, eram a de inserir, dentre as músicas do álbum, pequenos jingles comerciais que representassem os signos massificados da publicidade da época e fazer o álbum soar como se fosse uma transmissão de rádio-pirata. A própria banda produziu alguns desses jingles, a exemplo da divertidíssima propaganda das cordas Rotosound, as preferidas de John Entwistle à época, ou da singela vinheta que fizeram para a Premier Drums, marca de baterias favorita do já insano Keith Moon (que adorava tocá-las e destruí-las depois)… Outros jingles foram sampleados pela banda, como a vinheta da rádio-pirata Wonderful
Radio London.

O álbum carrega uma alta dose de psicodelia em pelo menos três faixas: “Armenia City in the Sky”, faixa que abre o disco, recheada de frases de guitarra e trompete invertidas; também na espetacular “I Can See For Miles”, uma das mais impactantes do álbum, e em “Relax”, com suas referências turn-on and tune-in. O brilhantismo de Townshend também fica evidente em composições com um novo nível de sofisticação melódica e harmônica para o repertório do Who, como “Tattoo” e “Our Love Was”.

A primeira narra a história de dois irmãos em pleno auge da adolescência, que, de modo ambíguo e misterioso, encaram os traços de suas primeiras tatuagens como uma forma de ingresso à vida adulta. Destacam-se brilhantes arpeggios de guitarra de Townshend e a melodiosa voz de Roger Daltrey.

A segunda é um hino à regeneração de um relacionamento frustrado e carrega altas doses de euforia romântica, soando extremamente bonita e elegante. A música modula um tom para cima e, então, entra em cena a majestosa trompa de Entwistle, a mágica acontece e Townshend canta, em tom arrebatador: “Our love was flying/Our love was soaring/Our love was shining/Like a summer morning”… Um dos refrães mais bonitos de 1967.

“Mary Anne with the Shaky Hand” soa sutilmente caribenha, “Odorono” retoma a estética Pop-Art ao exaltar os poderes anti-transpirantes de uma marca de desodorantes que de fato existia na época e “Can’t Reach You” possui uma letra densa e permeada de imagens, na qual o eu-lírico clama por alguma forma de contato de natureza espiritual (personificada na figura do magnífico Meher Baba, guia espiritual de Townshend).

“Medac”, uma das composições de Entwistle, soa extremamente divertida e conta a história de Henry Pond, um garoto que tem o rosto coberto de espinhas e que, após fazer uso regular de um creme facial, “his pimples all had disappeared”. No álbum, há tanta diversidade estilística que até há espaço para um ensaio de “Bossa Nova Inglesa”: “Sunrise”. Nela, figuram apenas um violão de 12 cordas de aço (ao contrário do nylon bossa novista) e a reverberante voz de Townshend.

* * *

Apesar de não ter sido um grande sucesso de vendas à época, The Who Sell Outfoi extremamente bem recebido pela crítica e figura como álbum favorito para vários fãs de The Who e é, certamente, um dos discos mais bonitos e inspiradores de 1967.

#37 – The Who Sell Out – The Who was last modified: dezembro 15th, 2017 by Joyce Guillarducci
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SOBRE

Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

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