No começo dos anos 60 surgiu em Nova Iorque a Goldie & The Gingerbreads, que seria a primeira girls-band da história a ser explorada pela indústria musical assinar contrato com uma grande gravadora.
Liderada por Genya “Goldie” Ravan (vocais/percussão/sax), e composta pelas Gingerbreads Ginger Bianco (bateria), Margo Lewis (órgão/teclados) e Carol MacDonald (guitarra/backing vocals), a banda assinou com a Decca em 63. Em 64, as garotas tocaram no “Mods and Rockers ball”, festa promovida pela sociedade de Andy Warhol onde estava presente Ahmet Ertegün, fundador da Atlantic Records que decidiu levá-las imediatamente para seu sub-selo ATCO, então destinado à artistas rock/pop.
Nesse mesmo ano o quarteto conheceu o empresário dos The Animals, que organizou uma turnê britânica onde as Goldie & The Gingerbreads abriram shows para uma galera pesada que inclui os Rolling Stones, Kinks, Yardbirds, e chegaram a tocar com os Beatles nos áureos anos de Hamburgo. Lá ficaram bem migas de Ringo, que em 65 conseguiu colocá-las num famoso programa da BBC chamado ‘Not Only….But Also':
Infelizmente bandas de garotas não eram levadas muito a sério na época – muita gente ainda não leva até hoje não é mesmo, e sua música era sempre deixada para trás já que os produtores estavam mais interessados em exibi-las por aí. Assim, as Goldie & The Gingerbreads nunca chegaram a lançar um álbum completo, tendo sua carreira discográfica limitada a pouco mais de uma dúzia de singles. Uma pena pois nota-se que eram quatro musicistas muito competentes, tanto que todas elas seguiram no ramo com o fim da banda em 68, com Bianco e MacDonald formando um grupo de jazz, Lewis virando tecladista de Bo Didley e Ravan alcançando considerável sucesso numa carreira solo que mais tarde foi documentada no livro ‘Lollipop Lounge: Memoirs of a Rock and Roll Refugee’ lançado em 2004 – tô aceitando de presente de Natal inclusive ?
Mas antes disso, em 67, as garotas lançaram o último single de sua carreira como Goldie & The Gingerbreads, a maravilhosa ‘Walking In Different Circles’ envolta numa vibe de psychedelic soul e trazendo uma onda mais dark no seu B-side com ‘Song Of The Moon’, que vale muito ser revisitada – me arrepio toda vez que escuto. Espero que vocês se arrepiem também.