Comentado por Joyce Guillarducci.
O ano de 1967 foi um dos mais significativos para a música mundial. A ascensão hippie, the summer of love e a consagração da psicodelia foram pontos cruciais no curso da história do rock’n roll, da música pop, country, folk, soul e do acid rock. E como eu amo os anos 60, não poderia deixar de prestigiar o meio século desse ano tão importante. Para isso, criei a coluna 1967 EM 50 DISCOS, onde semanalmente comentaremos álbuns lançados nesse ano.
O disco dessa semana pode não ser assim genial, mas merece ser visitado. Espero que gostem:
Álbum: ‘Emotions’
Gravadora: Fontana Records
Artista: The Pretty Things
Lançamento: 18 de Abril de 1967
por Joyce Guillarducci
O disquinho dessa semana é ignorado por muita gente – inclusive pela banda. ‘Emotions’ veio numa época de transição: tendo que trabalhar com um novo produtor imposto pela gravadora e com dois dos membros originais (Brian Pendleton e John Stax) abandonando o barco, 67 foi um ano delicado para a The Pretty Things.
As mudanças também aconteciam nas sonoridades criadas por Phil May e Dick Taylor, que estavam gradualmente transformando o R&B dos dois discos anteriores em algo mais pop com pitadas de psicodelia, e que explodiria no ano seguinte com o maravilhoso ‘S. F. Sorrow’.
O que a dupla criou na época pode não ser assim genial, mas é certamente agradável. O tal do novo produtor no entanto notou que faltava algo nas novas composições, e decidiu (acertadamente na minha opinião) acrescentar orquestrações em praticamente todas as 12 faixas do álbum. Apesar dos resultados positivos – e aqui destaco ‘Photographer’ e minha favorita, a belíssima ‘The Sun’, essa intervenção não agradou em nada a banda, que passou a tratar o ‘Emotions’ como um mero cumprimento de contrato com a gravadora, recusando-se a promovê-lo nos shows. Aliás, as únicas faixas do álbum que já foram executadas ao vivo foram ‘Children’ na época de seu lançamento, e ‘Growing In My Mind’ beeem mais tarde lá nos anos 90, com Phil May afirmando que essa era a única faixa do álbum da qual ele não se envergonhava.
Em 2001, durante as preparações para o lançamento do ‘Emotions’ em CD, decidiu-se resgatar algumas das faixas originais e acrescentá-las ao álbum com arranjos mais simples – são as últimas faixas desse que vou deixar aqui embaixo. Confesso que prefiro essa versão mais crua de ‘My Time’, mas notem a falta que fazem os metais de ‘Photographer’ e as cordas de ‘The Sun’, mas gosto (e ego) não se discute né.