Comentado por Joyce Guillarducci
O ano de 1967 foi um dos mais significativos para a música mundial. A ascensão hippie, the summer of love e a consagração da psicodelia foram pontos cruciais no curso da história do rock’n roll, da música pop, country, folk, soul e do acid rock. E como eu amo os anos 60, não poderia deixar de prestigiar o meio século desse ano tão importante. Para isso, criei a coluna 1967 EM 50 DISCOS, onde semanalmente comentaremos álbuns lançados nesse ano.
Hoje escolhi um disco de uma das bandas pilares da psicodelia sessentista, boa viagem:
Álbum: ‘Easter Everywhere’
Gravadora: International Artists
Artista: The 13th Floor Elevators
Lançamento: Novembro de 1967
por Joyce Guillarducci
O segundo disco dos texanos da The 13th Floor Elevators foi me ganhando aos poucos. No começo foi difícil virar a cabeça do ‘The Psychedelic Sounds of the 13th Floor Elevators‘ (1966), por se tratar de um disco mais lento e (aparentemente) menos psicodélico do que o primeiro, mas gradualmente fui percebendo a riqueza do ‘Easter Everywhere’, que foi claramente concebido sob influências de LSD.
Isso já fica perceptível em todas as camadas da looonga faixa de abertura, ‘Slip Inside this House’, que é certamente o elemento central desse álbum, com sua letra calcada na expansão da consciência e o constante “doot-doot-doo” da electric jug de Tommy Hall. Aliás acho esse um dos instrumentos mais legais e divertidos ever – no entanto, nunca o vi sendo tocado ao vivo.
A mesma vibe (e os “doot-doot-doo”) segue pelas próximas três faixas, até fazer uma pausa no cover (sem jug) de ‘(It’s All Over Now) Baby Blue’ do Bob Dylan. De fôlego retomado, a psicodelia volta em ‘Earthquake’, passa pela semi-acústica ‘Dust’ – essa com uma jug mais lenta, e chega na minha favorita do disco: a explosiva ‘(I’ve Got) Levitation’.
Na sequência temos a balada ‘I Had To Tell You’ e a ótima ‘Postures (Leave Your Body Behind’ com seu ritmo ondulante e letra hipnótica (“remember…remember…”), que de certa forma conecta-se com a ‘Slip Inside this House’, fechando o disco de forma magistral e fazendo de ‘Easter Everywhere’ mais um título indispensável para os amantes de psicodelia.