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Adam Evald

escrito porJoyce Guillarducci 19 de junho de 2017
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Conheça o chamber pop do músico sueco + Entrevista.

Conheci o Adam Evald numa das mui sociáveis filas de banheiro da night paulistana, e só depois fui descobrir que o cara é um veterano da cena musical contemporânea sueca. Em meados dos anos 2000, Adam co-fundou o trio Forest & Crispian, onde cantava, compunha e tocava bateria. Com o fim da banda, passou a liderar a batera do projeto folk Solander, do qual participa até hoje. Há alguns anos Adam decidiu se aventurar também em um projeto solo, que ganhou forma com o álbum de estréia ‘Love Knuckles Peace Dove’ (2015).

Com 10 faixas que transbordam sentimentos através da voz e piano delicados de Adam, muito bem arranjados com violinos e violoncelos, ‘Love Knuckles Peace Dove’ oferece uma boa dose de chamber pop e me deixou muito curiosa para vê-lo sendo reproduzido ao vivo. Sendo assim, eu fui e vi.

Na última quinta-feira pude conferir a apresentação do sueco no studio Family Mob. Acompanhado da violinista Caroline Karpinska – que diga-se de passagem me deixou hipnotizada, o show de Adam é belo, leve, agradável e divertido, já que o músico nunca deixa o bom humor de lado, faz piada e até se juntou à platéia para uma “palhinha” à capela. Antes do show conversei com ele sobre suas influências, música contemporânea e outras coisas, confiram nosso papo aqui:

Adam, você é um multi-instrumentista, tocando bateria na Solander e piano no seu projeto solo. Qual instrumento você diria que é seu “espírito animal” e como você o descobriu?

Definitivamente é a bateria, não há dúvidas sobre isso. Quando eu tinha 11 anos meu irmão mais velho comprou uma bateria para ele e eu fiquei com muita inveja, porque eu queria muito tocar. Eu implorei para que ele me mostrasse como fazer algo e ele me ensinou as primeiras batidas. Como era mais jovem eu não tinha tantas aulas quanto ele na escola, então eu ia para casa e tocava por 2 horas, todo dia. Depois de um tempo acabei ficando muito melhor do que ele. Esqueço de tudo quando toco bateria, posso sentir a energia fluindo. É realmente um “espírito animal” porque você se torna animal enquanto toca bateria, e acho que nada pode competir com isso.

Adam jovenzinho na batera:

Li algumas matérias que classificavam sua música como fok, quando na verdade é mais um chamber pop, ou “pop barroco” como diríamos aqui. Quais são suas maiores influência nesse estilo?

Diria que não tenho muitas influências desse estilo. O que acontece é que eu cansei da formação clássica de banda. Conforme você mencionou, hoje toco bateria com a Solander, e antes disso tocava bateria na primeira banda, o trio de rock’n roll Forest & Crispian. Para o meu projeto solo decidi eliminar as guitarras e baixos, mas ainda queria fazer um som mais pop, então perguntei à alguns musicistas de cordas se eles gostariam de tocar na minha banda de chamber pop, que é uma música pop com um toque clássico.. Quis fazer algo diferente substituindo bateria, baixo e guitarra por outros instrumentos de cordas, que são super dinâmicos e não requerem mais nada.

Assim como minhas bandas suecas favoritas, ABBA e First Aid Kit por exemplo, todas suas canções são em inglês. Isso é comum no seu país? Você já pensou em compor em sueco?

É bem comum sim, todo mundo faz isso por lá, talvez seja um complexo de país pequeno. Na verdade todo mundo fala inglês na Suécia, é mais do que um segundo idioma, é parte de nós. E também acho que isso abre mais as portas se você vai para fora, porque alguns países podem não apreciar sua música se ela for cantada em sueco. Há algumas bandas incríveis que só cantam em sueco, mas elas só são conhecidas na Suécia. Penso em compor no meu idioma todo o tempo, e tenho uma música bem curta, que na verdade é um poema que escrevi e que às vezes apresento num formato que mistura rock progressivo com o chamber pop, e é bem legal ver a reação das pessoas ao ouvi-la. Na minha antiga banda nós sempre tínhamos uma música em sueco em cada álbum, era uma tradição. Talves eu traga essa ideia para o meu projeto solo também.

Ouvi seu álbum ‘Love Knuckles Peace Dove’ e achei as canções bem profundas e pessoais. De onde vem a inspiração para elas?

Na verdade é meio que como abrir meu diário. Quando comecei a escrever minhas músicas não tinha nenhuma intenção além de colocar pra fora as coisas que sentia. Até que uma noite havia bebido um pouco e contei para meu ex companheiro de banda sobre essas canções e ele ficou curioso para ouvi-las. Toquei para ele e foi bem emocionante porque nunca havia mostrado-as para ninguém. Ele disse que minhas músicas eram realmente boas e que eu deveria fazer algo com elas. Como havíamos trabalhado juntos por muito tempo eu confiava no gosto dele, e decidi seguir seu conselho. A essa altura era tarde demais para tentar esconder algo nas letras, porque elas são bem honestas. São todas baseadas em fatos reais com os quais qualquer um pode se identificar, sejam eles corações partidos ou situações onde perdemos alguém querido. E é por isso que gosto de tocá-las, porque são reais e vale a pena compartilha-las.

Ouça ‘Love Knuckles Peace Dove’ aqui:

Última pergunta: gostaria de saber o que você acha da cena musical contemporânea e quais novas bandas você tem ouvido. Alguma brasileira em especial?

Bom, vou começar pelo fim. Gosto de muitas bandas brasileiras, meus amigos aqui no Brasil sempre me mostram músicas maravilhosas, mas muitas delas são mais antigas. Antes de vir para o Brasil tinha ouvido algo de Mutantes através do Nirvana, já que o Kurt Cobain era fã deles e eu era fã do Kurt. Também gosto muito de Mustache e os Apaches, e não quero parecer puxa-saco, mas amo o álbum do Pedro Pastoriz, e posso imaginá-lo ficando muito famoso. Tenho certeza de que ele faria uma bela carreira na Europa, mesmo cantando em português. Também sou apaixonado pela música contemporânea francesa. Uma das minhas bandas favoritas é a Justice, que não se parece em nada com a minha música, mas a construção da dance music deles é simplesmente perfeita. Também gosto muito de Daft Punk, Sebastien Tellier e Hot Chip. Acho que dance music é o principal estilo de música contemporânea que escuto. Quando estou escrevendo minhas músicas não gosto de ouvir nada que seja parecido, então acho que é isso.

Justiça seja feita que Justice é realmente foda:E o disco do Pedro Pastoriz também:

.

E aí, curtiram os sons e o papo? E olha que eu nem contei que depois do show influenciei o Adam a tomar catuaba pela primeira vez na vida, mas isso é assunto para ooooutro post 😉

Por hora vou deixar 2 dicas pra vocês: 1) fale com estranhos na fila do banheiro, pode acontecer dessa pessoa ser alguém tão simpático e talentoso quanto o Adam; 2) o músico estará pelo Brasil até julho, então dá um confere na agenda de shows e vai lá vê-lo ao vivo, garanto que vocês não vão se arrepender.

E por aqui ficamos com essa session bonita, adjö!

Adam Evald was last modified: agosto 10th, 2017 by Joyce Guillarducci
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SOBRE

Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

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