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1967 em 50 discos

#14 – I Never Loved A Man (The Way I Love You) – Aretha Franklin

escrito porJoyce Guillarducci 16 de junho de 2017
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Comentado por André Melo do blog Sustenido.

O ano de 1967 foi um dos mais significativos para a música mundial. A ascensão hippie, the summer of love e a consagração da psicodelia foram pontos cruciais no curso da história do rock’n roll, da música pop, country, folk, soul e do acid rock. E como eu amo os anos 60, não poderia deixar de prestigiar o meio século desse ano tão importante. Para isso, criei a coluna 1967 EM 50 DISCOS, onde semanalmente comentaremos álbuns lançados nesse ano.

A indicação de hoje é poderosa e vem do André Melo do blog Sustenido, vai lá André!

Álbum: ‘I Never Loved A Man (The Way I Love You)’
Gravadora: Atlantic Records
Artista: Aretha Franklin
Lançamento: 10 de Março de 1967

por André Melo
edição final Joyce Guillarducci

I Never Loved A Man The Way I Love You

Quando Aretha entrou naquele estúdio no Alabama e viu um monte de músicos branquelos com cara de desdém, soube exatamente o que deveria fazer. Havia passado os seis primeiros anos daquela década de 60 presa a seu contrato com a Columbia, lançando ao todo 9 álbuns sem muita expressão, uma vez que a gravadora insistia para que ela fosse apenas uma cantora de jazz, e na real, ela era muito mais do que isso. Assinou contrato com a Atlantic no final de 66, e pôs na cabeça que 67 seria o seu ano!

Imagina você! Finalmente livre das amarras da antiga gravadora, louca pra mandar um som, e ser recebida por uma banda que não dava a mínima pra você! Talvez os músicos estivessem tão relaxados naquele primeiro encontro com ela, pois já sabiam do seu histórico com a Columbia, e imaginavam que nada de mais interessante sairia daquela moça de 24 anos. Jerry Wexler, o produtor da Atlantic que trouxe Aretha para o selo, e que agora produziria o primeiro álbum da cantora, também sentiu o desinteresse no ar, mas quis pagar pra ver.

Ao contrário do que os artistas de blues faziam naquela época, Aretha sentou-se ao piano pra que ela mesma conduzisse o arranjo das suas canções. Com a faca e o queijo nas mãos, ela só precisava ser ela mesma pra poder virar aquele jogo. Pra começar, tirou da manga a música que viria a se tornar a faixa título daquele disco, “I Never Loved a Man (The Way I Love You)”, composta por Ronnie Shannon especialmente para ela. Quando a moça começou tocando a lá Ray Charles, soltando a sua voz e trazendo elementos de blues ao soul que corria em suas veias, foi algo mágico! Todos que estavam no estudio ficaram boquiabertos e demoraram um pouquinho pra voltar a si e acompanharem a garota.

Após a música estar finalizada, um desentendimento que colocou de um lado Aretha, seu marido e o produtor, todos negros, e do outro os músicos, todos brancos, fez com que as gravações do álbum mudassem para Nova York, mas levaram consigo as gravações que haviam feito até então, uma vez que o material estava incrível. No novo estudio as coisas funcionaram de uma melhor forma.

Foi lá que ela resolveu fazer uma versão de “Respect” do mestre Otis Redding. Impressionante o quanto ela conseguiu melhorar uma música que já era perfeita! Carregou no soul, encaixou um tanto de Rock, manteve os metais lá em cima, e criou uma música que mostrava ao mundo quem ela era. Talvez fosse uma resposta a sua antiga gravadora, talvez aos músicos do Alabama, talvez a todo o preconceito que já havia sofrido na vida, mas o fato é que sua versão para “Respect” se tornou um hino para os direitos civis e das mulheres. Foi o primeiro single da Aretha a assumir o posto de número 1 entre os mais vendidos nos Estados Unidos. Engraçado pensar que ela abriu o disco com essa faixa, e encerrou novamente falando sobre direitos civis com uma versão matadora para “A Change Is Gonna Come”, do Sam Cooke.

Mas entre a primeira e a última música, também teve muito amor, incluindo composições da própria Aretha! “Don’t Let Me Lose This Dream”, parceria sua com Ted White, trouxe elementos de bossa nova, “Baby, Baby, Baby” que escreveu com sua Irmã Carolyn Franklin é uma baladona soul pra ninguém botar defeito, “Dr. Feelgood (Love Is a Serious Business)” é sexy e empolgante, e lá vem o Rock de novo em “Save Me”, uma levada bem The Doors, mas também marcada com os metais do soul. E o gospel presente em tudo!

“I Never Loved a Man (The Way I Love You)” foi a prova de que Aretha não deveria seguir os passos de Billie Holliday, como queria o pessoal da Columbia, mas sim seguir seu próprio caminho. Foi o ponto de partida para que a moça que começou como promessa do gospel, mas que acabou tendo seu talento engessado pela sua primeira gravadora, se reerguesse e se tornasse a rainha do Soul! R-E-S-P-E-C-T!!!

#14 – I Never Loved A Man (The Way I Love You) – Aretha Franklin was last modified: novembro 7th, 2017 by Joyce Guillarducci
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SOBRE

Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

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