Comentado por Joyce Guillarducci.
O ano de 1967 foi um dos mais significativos para a música mundial. A ascensão hippie, the summer of love e a consagração da psicodelia foram pontos cruciais no curso da história do rock’n roll, da música pop, country, folk, soul e do acid rock. E como eu amo os anos 60, não poderia deixar de prestigiar seu meio século. Para isso, criei a coluna 1967 EM 50 DISCOS, onde semanalmente comentaremos álbuns lançados nesse ano.
O disco de hoje é um de meus absolutos favoritos do acid rock, espero que gostem!
Álbum: ‘Incense and Peppermints’
Gravadora: Uni Records
Artista: Strawberry Alarm Clock
Lançamento: Dezembro de 1967
por Joyce Guillarducci
A Strawberry Alarm Clock, ou SAC, é provavelmente uma das bandas nascidas nas sessentices que eu mais admiro e respeito até hoje. Isso porque, apesar de ter conseguido emplacar um som no topo das paradas nos anos 60, a banda vem sobrevivendo por 5 décadas praticamente beirando o anonimato. Quem trabalha com música sabe que, a não ser que seja os Rolling Stones, seguir o baile por tanto tempo assim não é brinquedo. A SAC segue e esses dias rolou até foto revival comemorativo de 50 anos com os integrantes originais, olha que fofura:
Dei um overview sobre a banda no ano passado lá na coluna No Passado, e na ocasião rolou até entrevista com um dos atuais integrantes – para quem quiser dar um confere está aqui. Nessa matéria contei que o disco de estrjéia deles, lançado em dezembro de 1967, traz o nome do single ‘Incense and Peppermints’, primeira e única música da SAC a alcançar o 1º lugar das paradas americanas. Nessa mesma matéria também disse que apesar disso, a banda não pode ser considerada uma “one hit wonder” pois os caras foram precursores do acid rock, e esse disquinho é a prova viva disso.
Com todos os membros originais da banda empregando força criativa e participando das composições, ‘Incense and Peppermints’ é um álbum bem diverso. Já começa incendiário com os mais de 8 minutos de flautas, xilofones e viagem de ‘The World’s On Fire’, e continua num frenesi psicodelico no decorrer das próximas 9 faixas, oferecendo desde momentos mais enérgicos, como “Paxton’s Back Street Carnival” e ‘Lose to Live’, até as merecidas paradas lisérgicas, como em ‘Strawberries Mean Love’ e ‘Rainy Day Mushroom Pillow’, além de experimentações apenas instrumentais, como em ‘Pass Time with the SAC’. Aliás, a própria ‘Incense and Peppermints’ era para ter sido apenas instrumental, mas o produtor da banda achou que ela ficaria mais rica se eles acrescentassem vocais. Os integrantes não curtiram muito a ideia e nenhum deles quis cantar, e então um amigo da banda foi convidado para assumir os vocais. Resultado: hit imediato! Disso fica a dica para as bandas que estão começando heim, escutem seus produtores!
Mas com hit ou sem hit, o fato é que esse disco representa muito bem a cena psicodélica original californiana e é obrigatório para todos os amantes de acid rock. E para quem curtir o ‘Incense and Peppermints’, recomendo também seu sucessor, o ‘Wake Up…It’s Tomorrow’ (1968), mas esse a gente comenta ano que vem