Conheça o indie folk da inglesa + Entrevista.
Essa semana tive a honra de participar de um evento lindo promovido pelo Spotify Brasil e dedicado à 20 superfãs da cantora, compositora e multi-instrumentista inglesa Lucy Rose. A seleção dos fãs foi realizada com auxílio da “Fans First’, ferramenta que utiliza o Big Data de reproduções do Spotify para identificar e recompensar superfãs com vendas antecipadas de ingressos, merch exclusivo, convites especiais e outras coisinhas mais <3
O evento em questão contou com pocket show e bate papo com a Lucy, além de exibição exclusiva do documentário ‘Something’s Changing’ sobre sua turnê pela América Latina. Para quem não sabe, no ano passado a Lucy decidiu atender aos milhares de pedidos de seus fãs sul-americanos e veio tocar por aqui, com um detalhe: a turnê, que durou 2 meses, passou por 8 países e contou com mais de 30 apresentações, foi toda organizada pelos fãs! Durante essa tour, feita de forma totalmente independente e sem patrocínio, a Lucy se hospedou com uma galera que ela nem conhecia, tocou em lugares inimagináveis, passou perrengue, e toda essa aventura é contada no doc, que foi filmado por seu marido durante a viagem.
Se você não era um dos 20 sortudos convidados para o evento, ou se não esteve no show dela de terça-feira no Centro Cultural Rio Verde (que eu, arrozão de festa, também fui) então só coneguirá assistir ao documentário em Julho, quando ele será oficialmente lançado, simultaneamente ao novo álbum dela que também se chamará ‘Something’s Changing’. Pra ter uma ideia do que vem aí, deixo esse teaser pra vocês, mas já adianto que o doc está muito mais emocionante:
Muito legal né? E no site da Lucy tá rolando votação pra decidir onde será a próxima turnê louca. Vota lá, quem sabe ela não vai tocar na sua cidade!
Mas então, durante o evento do Spotify bati um papo com ela sobre impressões da turnê, trabalhos futuros e música que ela tem ouvido, confiram aqui:
Sobre sua turnê pela América Latina, foram 2 meses, 8 países e mais de 30 apresentações, tudo organizado por fãs. Se você pudesse resumir essa aventura em apenas 1 palavra, qual seria?
Pode ser 2 palavras? Eu diria “Life Changing” (“mudança de vida”).
Você disse na sua nota de despedida antes de vir para a América Latina que você tinha que parar de se preocupar em conseguir novos fãs e ir visitar aqueles que já existiam. Achei isso brilhante porque você mostrou muito respeito àqueles que seguem sua carreira há tempos. Você diria que toda essa história mudou a forma como você vê a “fama” ou o “sucesso”?
Sim, completamente. Existe tanta pressão para que a gente expanda sempre, sabe, para que sempre cresça e aumente nosso número de fãs. Você acaba nunca parando para apreciar o que você já tem. Assim, essa turnê mudou completamente minha perspectiva, porque de repente percebi que eu precisava ir até essas pessoas, dizer a elas o quão imporatnte elas são e agradecê-las por todo o apoio. E isso mudou minha perspectiva porque me senti muito mais feliz fazendo isso do que se eu tivesse um hit gigantesco tocando em todas as rádios. Então sim, isso mudou totalmente a forma como vejo minha música e do porquê em continuar fazendo-a.
Meu primeiro contato com seu trabalho foi através do videoclipe de ‘Shiver’ e a forma como aquela história de amor é retratada no video é tão bela e nostálgica que literalmente me deu arrepios. Gostaria de saber qual foi a última música que você ouviu e que te deu arrepios.
Pra te dizer a verdade foi o som de um belga chamado Tamino com o qual eu recentemente fiz uma turnê. Ele tem essa canção chamada ‘Habib’ e a primeira vez que a ouvi foi um daqueles momentos que você pensa: “o que é isso?”. Sou obcecada por esse mistério de como algumas músicas mexem com a gente, assim, fisicamente. É fascinante. Esse é o mistério da música, que é uma coisa maravilhosa.
Ouça aqui o som do Tamino e veja se ele também te dá arrepios
Seu terceiro álbum, ‘Something’s Changing’, tem previsão de lançamento para Julho próximo, correto? O que podemos esperar dele?
Acho que vocês podem esperar uma versão muito mais crua e real de mim do que qualquer coisa que eu tenha feito antes. Gravamos várias das faixas ao vivo, com bateria, baixo e guitarra tocando ao mesmo. Além disso, ele será bem anti-computadores. Com todas as coisas que os computadores podem fazer nas músicas hoje em dia, nós fizemos extamante o oposto. É tudo super orgânico, bem real. E acho que tentamos capturar o momento. Pela primeira vez gravei faixas em um único take, cantando e tocando violão ao mesmo tempo. Nunca me senti confiante para fazer isso antes, acreditar em mim mesma e lidar com todas as imperfeições que surgem numa gravação ao vivo. Essa é a versão mais honesta e vulnerável de mim que já mostrei até hoje.
Última pergunta: o CDM está sempre procurando novas bandas porque acredito que exista muita coisa boa por aí esperando para ser descoberta. Gostaria de saber quais novas bandas você tem ouvido e se tem alguma brasileira que você goste em particular.
Ouço muito Apanhador Só, mas acho que eles não são tão novos assim. No momento estou tendo uma pequena obsessão por cantoras/compositoras da Nova Zelândia. Ouço muito a Nadia Reid, que é maravilhosa. E ela me falou sobre uma garota chamada Tiny Ruins, que também é maravilhosa. E daí a mesma pessoa que produziu os discos delas duas produziu também a Aldous Harding. Essas 3 garotas neozelandesas são amigas e não consigo entender como elas podem ser tão talentosas, recomendo muito.
Quanta novidade! Já estou ouvindo e amando essas indicações da Lucy:
Sabe o que eu também tenho amado? A simplicidade do indie folk da Lucy, que pode ser conferido nos álbuns ‘Like I Used To’ (2012), ‘Work It Out’ (2015) e no single ‘Is This Called Home’ (2017).
O show de terça foi bonito e super bem produzido, contando com banda e a Lucy nos mostrando também seus talentos como tecladista. Mas foram a voz e violão do pocket show que me deixaram verdadeiramente impressionada e com a certeza de que Lucy Rose é uma artista completa e que muita coisa boa ainda virá por aí. Não acredita em mim? Então vai lá conferir no som dela: