Mais novidades musicais do norte do mundo.
No início desse mês rolou a segunda edição do Festival Dias Nórdicos no Centro Cultural Rio Verde aqui em São Paulo e eu, mais uma vez, estava por lá. Só agora consegui sentar pra contar pra vocês sobre as coisas boas que vi no festival, e mesmo que já tenha passado e que os artistas já estejam congelando em suas casinhas lááá no norte do mundo, ainda acho relevante apresentá-los. E fica a dica para acompanharem as datas dos próximos Dias Nórdicos porque sempre rolam shows lindões, com entrada free, que não lotam e são super organizados e pontuais. Minha única reclamação é sobre o preço das bebidas que estava meio salgadinho. E na minha cabeça continua martelando a ideia de que deveriam oferecer drinks típicos dos locais de onde os artistas veem para uma imersão cultural mais completa, não seria legal?
Mas vamos às atrações. Quem abriu o festival foi a Julia Clara, uma jovem artista que vem das Ilhas de Alanda, arquipélago situado no Mar Báltico próximo à Suécia e Finlândia. A Julia lançou em Setembro desse ano seu single de estréia, ‘Still Dancing’, trazendo um indie pop que já chegou arrancando elogios e suspiros da imprensa européia pela delicadeza da melodia e belíssimos vocais. Cheguei no finalzinho da apresentação da Julia, mas já deu pra ver que a garota nasceu pra criar coisas bonitas, e vale a pena ficar de olho no que vem por aí.
O segundo show ficou por conta do veterano Teitur Lassen, que na minha opinião foi o melhor da noite. O cantor e compositor vem das Ilhas Féroe, que estão localizadas no Atlântico Norte e fazem parte da Dinamarca. Teitur está na estrada desde 1997 com seu folk-rock que já rendeu os álbuns ‘Poetry & Aeroplanes’ (2003), ‘Stay under the Stars’ (2006), ‘Káta Hornið’ (2007), ‘The Singer’ (2008) e ‘Let the Dog Drive Home’ (2010), dos quais eu muitíssimo recomendo o primeiro. No palco sua música fica bem acústica, e embalado por sua simpatia, voz doce e dancinhas divertidas, o show é delicioso. E na saída ele ainda gravou um recadinho para o Cansei do Mainstream. Mas antes de mostrar pra vocês, uma pausa para etimologia: o nome Teitur vem do antigo Norueguês e significa Feliz. Acho fofo.
Aqui o Teitur contando que ele também está cansado e bêbado do mainstream, e claro, fazendo uma dancinha feliz no final:
E aqui cantando e tocando uma música bonita:
Na sequência, teve o pop eletrônico da Norueguesa Sandra Kolstad, que mistura influências e texturas, trazendo desde passagens de piano clássico até elementos de hip-hop, culminando num som contagiante, e que pode ser conferido nos álbuns ‘Crux’ (2011), ‘(Nothing Lasts) Forever’ (2012) e ‘Zero Gravity State Of Mind’ (2014). No palco ela é super performática, colocou a galera pra dançar junto, e sua apresentação ainda contou com a participação da Julia Clara fazendo um dueto lindoso. A Sandra entrou para a minha listinha de artistas que merecem (e devem) ser vistos. Enquanto ela não volta, vamos vê-la e ouvi-la nesse videoclipe que eu adoro:
Fechando o festival, teve show os brasileiros da INKY como banda convidada, que dispensam apresentações e merecem sempre um play:
Assim acabou a noite nórdica aqui em SP, e que venham outras porque eu adoro esse negócio de conhecer o que rola para as bandas de lá do mundo. The North is Coming, e que continue vindo.