Cansei do Mainstream
  • Home
  • Na Vitrola
  • Na Estante
  • Na Película
  • No Passado
  • 1967 em 50 discos
  • 1968 em 50 discos
  • Contato
  • Home
  • Na Vitrola
  • Na Estante
  • Na Película
  • No Passado
  • 1967 em 50 discos
  • 1968 em 50 discos
  • Contato

Cansei do Mainstream

DestaquesNo Passado

Strawberry Alarm Clock

escrito porJoyce Guillarducci 11 de abril de 2016
SAC_opt

Um túnel do tempo para o acid rock.

Não sei se já deu pra perceber, mas sou completamente apaixonada por música dos anos 60/70. Essa paixão acaba, claro, influenciando na minha escolha por música nova, e é por isso que rola tanta jim-dandy trippy psicodelia aqui no blog. Acontece que lá no passado também existiram bandas incríveis que ficaram quase no anonimato. Assim, resolvi criar a coluna ‘No Passado’, pra compartilhar umas sessentisses e setentisses que vão além das bandas da invasão britânica clássica que todos conhecem. Não nego que sou super fã das bandas mais mainstream da época, mas tem muito, muito mais do que Beatles e Rolling Stones ali. Então veste a bata hippie, acende um incenso e vem comigo.

Pra começar, hoje trouxe o acid rock da Strawberry Alarm Clock. A SAC nasceu em Los Angeles em 1967 da fusão das bandas Thee Sixpence e Waterfyrd Traene. Contando originalmente com Randy Seol (Vocais / Bateria / Vibrafone), Ed King (Vocais de apoio / Guitarra), Lee Freeman (Vocais de apoio / Guitarra / Gaita), Gary Lovetro (Baixo) e Mark Weitz (Vocais de apoio / Teclados), a banda já teve diversos períodos de anonimato e retorno com diferentes formações no decorrer das décadas. Sua época de ouro foi de 1967-71, período em que saíram de turnê com bandas como Beach Boys e Lynyrd Skynyrd. No início dos shows, os integrantes da SAC eram trazidos para o palco por “tapetes mágicos”, taí algo que eu queria muito ver!

Foi nesse período que lançaram os 4 álbuns de estúdio: ‘Incense and Peppermints’ (1967), ‘Wake Up…It’s Tomorrow’ (1968), ‘The World in a Sea Shell’ (1968) e ‘Good Morning Starshine’ (1969), dos quais destaca-se o álbum de estréia, com a faixa título alcançando 1º lugar nas paradas americanas em 67. Curiosamente, por não gostarem muito da letra da música, que foi escrita por John S. Carter e Tim Gilbert, os membros da banda convidaram o amigo Greg Munford para cantar em ‘Incense and Peppermints’. Mal sabiam eles que a música se tornaria seu único hit, e que nele a Strawberry Alarm Clock seria… uma banda de apoio! E viva o rock’n roll!

Apesar disso, a SAC não pode ser considerada uma one-hit wonder, pois criaram outras faixas incríveis que representam bem o que era a música trippy original: lisérgica e despretensiosa. As harmonizações de vozes e instrumentos, que misturam brilhantemente sítars, teclados e guitarras, oferecem desde atmosferas hippy de paz & amor até algo mais obscuro. Acid rock ótimo pra se entregar mesmo.

Em 2012 lançaram o álbum ‘Wake Up Where You Are’ que trás novas versões de músicas antigas da banda, além de faixas inéditas com o melhor do rock psicodélico, com George Bunnell, Mark Weitz, Randy Seol, Gene Gunnels e Howie Anderson mostrando que os morangos ainda estão frescos e que ainda é tempo de colhê-los.

Por aqui ficamos com o vídeo de ‘Incense and Peppermints':

 

Atualizado em 23/04/2016:

E não é que minha postagem sobre a SAC chegou na banda? E em meio à conversas com George Bunnell, descobri que a banda nunca havia sido entrevistada por um site, revista ou rádio brasileira, e então ele topou me conceder essa primeira e exclusiva entrevista, é muita honra! Com vocês, George Bunnell da Strawberry Alarm Clock:

SAC5

Como você se envolveu com música?

George: Comecei a me envolver com música ainda criança. Participava do coral e apresentações musicais na escola. Então achei que seria legal ter aulas de acordeão, porque meu primo sabia tocar acordeão e órgão. Eu fiquei fascinado com ele,  o problema era carregá-lo para a escola. Então passei a fazer aulas de violino no lugar. O problema é que o que me inspirava a tocar violino era música country e bluegrass. Na escola eles não ensinam nada disso, e eu acabei cansando de tocar na orquestra da escola. Foi então que o rock apareceu no ar. O começo para mim foi Elvis, Fats Domino e semelhantes (comecei a me intrigar com os baixos). Meus pais estavam cansados da minha constante troca de instrumentos e foram relutantes em me deixar começar a tocar baixo. Eventualmente, consegui um violão e comecei a tocar baixo nele. Eu tinha 12 anos na época. Foi só aos 14 anos que consegui meu primeiro baixo e amplificador. Nessa época a invasão britânica já tinha começado e eu estava encantado. Meu vizinho, Steve Bartek, era um ótimo flautista e seu irmão Jim tocava guitarra. Voila! Nós tínhamos uma banda. Steve e eu começamos a escrever músicas juntos. Muitas delas acabaram entrando nos três primeiros álbuns da Strawberry Alarm Clock de 1967-1968.

george b

De volta aos anos 60 com a Strawberry Alarm Clock, vocês se sentiam parte de uma contra-cultura, ou mais algo como, cultura em geral estava mudando e vocês faziam parte dela?

George: Em 1967, quando a SAC nasceu, nós tínhamos apenas 18 anos… alguns dos caras tinham 17! Apenas nosso tecladista, Mark Weitz, que tinha 21 na época. Nós éramos basicamente grandes fãs de música. Nós nos cercávamos por todo tipo de boa música de diferentes gêneros. Não acho que pertencíamos à nenhum movimento político ou cultural. Mal tínhamos nossos pés no chão. Tínhamos acabado de sair da escola e da casa de nossos pais. Nós sabíamos que com a fama viria uma certa responsabilidade para com nossos fãs e quem mais estivesse ouvindo, só não tínhamos intenção de fazer lavagem cerebral. Decidimos deixar este tipo de coisa para Dylan, The Beatles, Buffalo Springfield… nós não tínhamos nada a dizer. Incense and Peppermints sugeria diversas coisas, mas era mais uma colagem de palavras e ideias do que algo definitivo e com algum sentido. Acredito que podemos dizer que a cultura estava mudando ao nosso redor.

Amei seu álbum mais recente, ‘Wake Up Where You Are’. Embora ainda traga aquela atmosfera da psicodelia dos anos 60, ele soa muito mais sofisticado do que seus trabalhos anteriores. Você acha que ‘acid rock’ ainda é o gênero de sua música?

George: Acid Rock foi definido como gênero depois da nossa música, considerávamos nossa música apenas experimental na época. Cada um de nós tinha um background musical diferente e trouxemos isso para o grupo. Randy Seol era baterista e vibrafonista de jazz. Mark era pianista clássico. Steve era flautista de jazz e música clássica. Você já sabe sobre mim, mas eu também tive aulas de baixo para jazz. Ed King também era um baixista e havia estudado música em geral quando criança, acabou tornando-se um grande guitarrista e Lee Freeman era mais experiente e curtia blues e rock… ele tocava gaita e cantava blues. Misture tudo isso e você terá o que nós éramos. Quanto ao nosso mais recente LP, acho que estávamos só sendo nós mesmos. Acontece que nossas habilidades musicais melhoraram com o passar dos anos. Talvez nós até amadurecemos… rs! Howie Anderson é o único músico aqui que não estava nos quatro primeiros álbuns da SAC. Uma diferença é que Steve Bartel, que também produziu, toca guitarra e flauta. Ele ainda não tinha se tornado um guitarrista em 1967. Ele não pode sair de turnê conosco na época porque ele tinha apenas 15 anos! Mas foi bom para ele, ele estudou composição musical na UCLA e acabou tornando-se guitarrista da Oingo Bongo de 1976-1995, período em que também se tornou orquestrador para Danny Elfman. Isso tudo continua até hoje, ainda somos experimentais.

Então, quais os próximos passos da Strawberry Alarm Clock? Tem música nova vindo por aí?

George: Finalizamos a base para quatro novas faixas que pretendemos lançar em um EP. Começamos um novo projeto alguns anos atrás com Billy Corgan do Smashing Pumpkins e o seu engenheiro de som da época, Kerry Brown, que seria lançado pelo selo deles. Agora temos uma mudança de planos, só não sabemos ainda como será… lol.

Eba! Estou ansiosa por este novo EP! Enquanto ele não vem, fica o link para curtir os álbuns da Strawberry Alarm Clock no Spotify. Abaixo, a entrevista original com o George.

So, how did you first get involved with music?

George: I first got involved with music as a child. I was in glee clubs and choruses and choirs. Then I thought it would be cool to take accordion lessons because my cousin played it and organ. I was fascinated by it. The problem was carrying it to school. So I took violin lessons instead. The problem with that was what inspired me to take violin was country western and bluegrass music. In school they didn’t teach that and I eventually tired of playing in the school orchestra. Then rock music started to fill the airwaves. First for me it was Elvis, Fats Domino and the like. (I was intrigued by the bass parts.) My folks were pretty much done with my changing of instruments and were reluctant to let me start with bass. Eventually I got an acoustic guitar and would play the bass parts on it. I was about 12 years old then. It wasn’t until I was 14 that I got my first electric bass and amplifier. By then the British invasion had started and I was hooked. My next door neighbor, Steve Bartek, was an accomplished flutist and his brother Jim played guitar. Voila! We had a band. Steve and I started writing songs together. Many of which ended up on the first three Strawberry Alarm Clock albums. 1967-1968

Back in the 60s with the Strawberry Alarm Clock, did you feel you were part of a counterculture, or more like culture was changing and you were part of it?

George: In 1967 when SAC came out we were only 18 years old…some of the guys were only 17! Only our keyboardist, Mark Weitz was 21 at the time. We were basically huge music fans. We surrounded ourselves with all sorts of great music from different genres. I don’t think we were of any political or cultural movement. We barely had our feet on the ground. We were fresh out of high school and our parent’s houses. We did however know that with fame came a certain responsibility to our fans and those who were listening. We just didn’t have a soapbox mentality. We figured we’d leave that sort of thing to Dylan, The Beatles, Buffalo Springfield…we just didn’t have anything to say. Incense and Peppermints hinted at many things, but it was more of a collage of words and ideas than anything definitive or meaningful. I guess you could say the culture was changing around us.

Your most recent album, Wake Up Where You Are, I loved it. Although it still offers that 60s psychedelia atmosphere, it sounds clearly more sophisticated than your previous stuff. Do you think ‘acid rock’ still is the genre of your music?

George: Acid rock was defined as a genre after the fact. We thought of ourselves back then as experimental. We each had a different musical background and brought that with us into the group. Randy Seol was a jazz trained drummer and vibraphonist, Mark was a classically trained pianist, Steve was a classical and jazz trained flutist, you know my background but I did take jazz bass lessons. Ed King was also a bass player who had studied general music as a kid, then became a great guitarist and Lee Freeman was street wise and had the blues and rock…he played a mean harmonica and was a blues singer. Throw all that together and you get what we were. As far as our newest LP release I think we are just being ourselves. It’s just that our abilities have increased over the years. We might have even matured….Nah! Howie Anderson is the only guy on the new album that wasn’t on the first four SAC albums. One difference is that Steve Bartek, who also produced, plays lead guitar and the flute. He hadn’t really come out as a guitarist in 1967. He was unable to tour with us back then as he was only 15 at the time! It paid off for him though, he went to UCLA and got a degree in music composition then ended up as the lead guitaris with the band Oingo Boingo from 1976 – 1995 at which time he became the full time orchestrator for Danny Elfman’s film scoring career. That continues to this day. We are still quite experimental as we call it.

So, what’s next for Strawberry Alarm Clock? Is there new music to come?

George: We just finished the basic track for four new songs that we intend to release as an EP. We had started this current project a couple of years ago with Billy Corgan of Smashing Pumpkins and his then engineer/producer Kerry Brown, to be released on their record label. Now we have a change of course. We just don’t know what it is yet…lol

Strawberry Alarm Clock was last modified: junho 9th, 2018 by Joyce Guillarducci
Acid RockEstados UnidosPsicodelia
0 comentários
3
Facebook Twitter Google + Pinterest
Joyce Guillarducci

Postagem anterior
Courtney Barnett
Próxima postagem
Faceless Ones

Você também pode gostar

alarmespromo-min-840x577_opt

Alarmes

5 de outubro de 2016
summer4_opt

Mixtape Refrescante

12 de janeiro de 2017
mutamba 3 _opt

Mutamba Festival

20 de maio de 2020
bumbo-caixa-crdito-de-rafael-bulleto_opt

Bumbo Caixa

25 de setembro de 2020
foto por yasmin kalaf @ APPLEGATE (2) (1)_opt

Applegate

14 de novembro de 2019
21371189_912766288876604_7182913323263663817_n_opt

Astralplane

4 de outubro de 2017
foto por: Diôgo Castro

Picanha de Chernobill

15 de dezembro de 2016
aga_opt

Agapantos e Betina

25 de maio de 2020
IMG_2825_opt

The Big Five

2 de agosto de 2017
CATAVENTO_opt

Catavento

17 de agosto de 2016

Deixe um comentário Cancelar resposta

SOBRE

Joyce Guillarducci

Sou apaixonada por música, curiosa por natureza e adoro conhecer coisas novas - sem deixar de lado as antiguices do coração. Criei este espaço para compartilhar minhas descobertas com quem também cansou de ouvir sempre as mesmas bandas. Tem muita música boa acontecendo here, there & everywhere. Eu quero mais, cansei do mainstream

Envie seu som pelo Groover!

no Facebook

Facebook

no Spotify


tags

60s 70s 80s Acid Rock Austrália Blues Brasil Canadá Country Dream Pop Electro Pop Eletropop Eletrônica Estados Unidos EUA Experimental Festival Folk Garage Grunge Indie Indie Rock Inglaterra Jazz Lo-Fi MPB Música Música Experimental Neo-Psicodelia New Wave Pop Pop Rock Post-punk Psicodelia Punk Pós-Punk Rock Rock'n Roll Rock Progressivo Shoegaze Stoner Rock Surfadelic Surf Music Synthpop Vaporwave
  • Facebook
  • Instagram
  • Youtube
  • Email

@2016 - Cansei do Mainstream


Voltar ao topo